O ex-dirigente do Partido Comunista chinês Bo Xilai recorrerá contra a sentença que o condenou à prisão perpétua por crimes de corrupção, recebimento de suborno e abuso de poder. O veredicto foi divulgado ontem (22) pelo Tribunal Intermediário de Jinan.

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Ex-administrador da cidade de Chongqing, Bo foi considerado culpado por encobrir a morte do empresário britânico Neil Heywood, em novembro de 2011, assassinado por sua mulher, Gu Kailai. O escândalo foi descoberto em março de 2012 e provocou sua saída do PC chinês e o fim de sua carreira política.

Segundo fontes das agências de notícias Reuters e France Presse, ele apelará a toda a sentença, em um processo que pode levar mais de dois meses. A aceitação do processo depende das autoridades judiciais chinesas e é vista como improvável devido à repercussão provocada pelo escândalo.Durante o julgamento, realizado no mês de agosto, o ex-líder político rejeitou de forma sistemática todas as acusações feitas pelos promotores chineses. Sua mulher, Gu, já havia sido condenada em agosto do ano passado pela morte do empresário britânico com a pena de morte, que foi transformada em prisão perpétua.

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Esperava-se um julgamento de cartas marcadas, em que o ex-líder político assumisse a responsabilidade pelos crimes em troca de pena mais branda. O que se viu, porém, foi um tom desafiador de Bo durante suas intervenções na corte.Até fevereiro do ano passado, Bo era um dos políticos mais populares do país, chefe do partido na megacidade de Chongqing e considerado um forte candidato rumo ao topo da hierarquia comunista chinesa.

A ascensão foi interrompida quando o ex-chefe de polícia da cidade se refugiou em um consulado dos EUA com provas de que a mulher de Bo, Gu Kailai, assassinara um empresário britânico. Com isso, Bo foi deposto, expulso do partido e detido em condições desconhecidas por mais de um ano até ser formalmente indiciado, no mês passado, por abuso de poder, corrupção e recebimento de suborno.