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Foto cortesia do presidente da Argentina, Alberto Fernández. Imagem ilustrativa.
Foto cortesia do presidente da Argentina, Alberto Fernández. Imagem ilustrativa.| Foto: EFE/ Esteban Collazo / PRESIDENCIA

O presidente da Argentina, Alberto Fernández, se desculpou nesta quinta-feira (8) com a Bolívia por seu antecessor, Mauricio Macri, supostamente ter "apoiado a repressão a protestos ocorridos em território boliviano em 2019".

O governo de Luis Arce acusou Macri nesta quinta de ter enviado o que chamou de "munições letais" para reprimir as manifestações durante a crise de 2019 com o suposto envio de balas de borracha e gás lacrimogêneo em novembro daquele ano. Respondendo às acusações, o ex-chanceler argentino Jorge Faurie disse que o ministério das Relações Exteriores não fez nenhum tipo de intervenção de envio de material.

O ministro das Relações Exteriores da Bolívia, Rogelio Mayta, divulgou uma carta do general Gonzalo Terceros, até então comandante da Força Aérea Boliviana (FAB), dirigida ao então embaixador argentino em La Paz, Normando Álvarez.

Nesta carta, Terceros teria agradecido a Álvarez pela colaboração fornecida à FAB "no âmbito do apoio internacional bilateral" e detalhou uma série de itens de "material de guerra de agentes químicos" que incluía 40 mil balas de borracha AT 12/70, bem como uma série de gases lacrimogêneos e bombas de efeito moral.

"Destacamos que a Argentina presidida por Mauricio Macri deu munições letais às forças militares que reprimiram o protesto social em novembro de 2019", destacou Mayta.

O que disse Fernández

Em sua carta, Fernández destacou a "dor e a vergonha" que sentiu quando soube do que teria ocorrido, e pediu desculpas ao governo e aos habitantes da Bolívia em nome do povo argentino pela suposta colaboração do Gabinete de Macri na retirada do poder de Evo Morales, que ele descreveu como um golpe de Estado.

"Descobriu-se que uma remessa de material foi enviada de nosso país que só pode ser interpretada como um reforço da capacidade de ação das forças sediciosas contra a população boliviana naqueles dias", escreveu o chefe de governo da Argentina.

"Foi uma colaboração decidida pelo governo do então presidente Mauricio Macri com a repressão militar e policial sofrida por aqueles que defendiam a ordem institucional em seu país", acrescentou.

Fernández salientou ainda que os fatos estão sendo analisados por um grupo de especialistas independentes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Seu governo também pediu às Forças Federais que informem, em 72 horas, quem foi o responsável pelo envio de material antimotim à Bolívia. Na Casa Rosada, segundo informou o jornal La Nación, acreditam que a ordem teria vindo da então ministra de Segurança, Patrícia Bullrich, presidente do PRO.

Evo Morales na Argentina

Em 12 de dezembro de 2019, apenas dois dias após a posse de Fernández como presidente, Evo Morales pousou no Aeroporto Internacional de Ezeiza para buscar refúgio na Argentina após sua saída da Bolívia.

Morales passou quase um ano em território argentino. Até que em 9 de novembro de 2020, com Luis Arce como presidente boliviano, cruzou a fronteira para retornar a seu país.

"Mantenho pela tranquilidade de minha consciência, tendo feito tudo ao meu alcance para preservar as vidas de Evo Morales, Alvaro Garcia Linera (ex-vice-presidente) e muitos outros irmãos bolivianos sitiados pelos golpistas", destacou o presidente da Argentina. "Nossas democracias são fortes. Temos que continuar trabalhando juntos para consolidá-las", completou.

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