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Ricos ou pobres, indígenas ou crioulos, de esquerda ou de direita, muitos dos bolivianos que vão votar neste domingo em um novo presidente têm poucas esperança de que o futuro governo possa pacificar um país profundamente dividido. Na ruas de La Paz, os habitantes temem que a disputa entre o dirigente cocalero Evo Morales, favorito nos comícios, e o ex-presidente conservador Jorge Quiroga aprofunde a crise entre os campesinos pobres do ocidente do país e a população mais acomodada do oriente.

Há muito ressentimento com relação ao que aconteceu. É uma luta de classes. Isto é ingovernável - disse Hugo Mirabal, administrador de empresas, enquanto caminha na rua 21 do bairro residencial de Calacoto, onde se concentra boa parte das lojas de luxo de La Paz. - Se um candidato ganha, ou outro não o deixará governar.

Em La Paz, os habitantes têm lembranças frescas em suas mentes dos sangrentos protestos de 2003, quando milhares de pessoas se lançaram nas ruas para exigir a nacionalização da indústria de gás natural, um processo que durou meses, derrubou o presidente e deixou centenas de mortos.

Nesse momento, Morales, que conta com o apoio dos setores mais empobrecidos da população do ocidente do país, respaldou os protestos.

No oriente, onde ficam as reservas do segundo maior produtor de gás natural da América Sul, o líder do Movimento ao Socialismo (MAS) não é tão popular e sua população não esconde sua simpatia por Quiroga.

Segundo pesquisas de opinião, Morales tem uma vantagem de apenas cinco pontos percentuais sobre Quiroga, que foi presidente durante 2001 e 2002, após a renúncia por motivos de saúde do então presidente Hugo Bánzer.

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