A delegação brasileira, com seis diplomatas que lidam com o tema atômico, avalia que saiu vitoriosa da conferência de revisão do Tratado de Não Proli­­fe­­ração Nuclear. Foi comemorado o fracasso de praticamente to­­das as tentativas de impor mais obrigações sobre os países desarmados.

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Esse objetivo foi facilitado pelas dificuldades em torno da zona livre da bomba no Oriente Médio, que consumiu boa parte das negociações de bastidores, e pela pressão dos Movimento dos Não Alinhados para que as cinco potências reconhecidas assumissem compromissos com o desarme.

A principal preocupação bra­­sileira, no início, foi derrubar as propostas que, na prática, tornariam obrigatória a adesão ao Protocolo Adicional do TNP, que permite inspeções da AIEA (Agên­­cia Internacional de Energia Atômica) em instalações não declaradas como de uso nuclear.

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"Precisávamos ter clara a afirmação de que o protocolo é voluntário. É positivo, mas não obrigatório’’, disse Luiz Felipe de Macedo Soares, chefe da delegação.

Brasil e Argentina são os únicos países com atividades atômicas significativas que não assinaram o protocolo.

O primeiro afirma que a adesão só poderia ocorrer como contrapartida a passos concretos das cinco potências reconhecidas rumo ao desarme, reafirmando a barganha básica do TNP.

A Argentina apresenta o acordo de inspeção mútua mantido entre Brasília e Buenos Ai­­res como garantia.

Embora tivesse o apoio das potências, a ideia de considerar o protocolo "vital’’ ou parte do "padrão’’ das inspeções foi de­­fendida com mais veemência por países europeus sem a bomba, além de Japão, Austrália e Nova Zelândia.

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Embora o plano para o desarme tenha sido diluído, os brasileiros disseram ver avanços significativos. Ressaltaram a reafirmação dos chamados "13 passos’’ aprovados em 2000.

O Brasil só lamentou que não tenha sido possível fortalecer o compromisso das potências com as "garantias negativas’’, isto é, de que os países sem a bomba não serão atacados nu­­clearmente. Isso é particularmente importante para os países de zonas livres da bomba –como é a América Latina.

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