Retomada
OEA quer esforço contra impasse
Folhapress, em São Paulo
Washington - A Organização dos Estados Americanos (OEA) pediu ontem um esforço para superar o impasse no diálogo, em Honduras, mas os Estados Unidos e outros países membros endureceram o tom, pedindo que o governo interino demonstre maior compromisso e evite manobras para retardar uma solução. "Há um processo de estagnação nas negociações e é necessário esforço para levá-lo adiante", disse o secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza.
Manuel Zelaya havia pedido à OEA que se pronunciasse ontem sobre a paralisação das negociações devido à exigência do governo interino de que sua possível restituição seja submetida à Suprema Corte e ao Congresso.
Washington - O governo brasileiro acusou o regime golpista hondurenho de praticar tortura contra as pessoas que estão há um mês na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, entre elas o presidente deposto, Manuel Zelaya. A denúncia foi feita pelo embaixador à Organização dos Estados Americanos (OEA), Ruy Casaes, durante reunião do Conselho Permanente, na manhã de ontem, em Washington.
Segundo o diplomata, os ocupantes da embaixada sofrem assédio "desumano e irracional, em "flagrante violação das normas internacionais que cuidam da promoção e proteção dos direitos humanos, e o regime de Roberto Micheletti vem "progressivamente sofisticando suas técnicas de tortura. Entre elas estariam o que chamou de "novas modalidades de tortura psíquica.
O brasileiro amparou sua denúncia apresentando uma lista do assédio promovido pelos golpistas, da qual constam a colocação de holofotes permanentemente apontados para a casa e a produção de ruídos com o propósito de atrapalhar o sono dos ocupantes; policiais postados em plataformas que miram a casa com fuzis e vigiam o movimento do interior; restrição de entrada de alimentos, que são cheirados por cachorros e expostos ao sol por horas; e falha na coleta de lixo.
O brasileiro citou leis internacionais sobre o tema para justificar sua denúncia, entre eles artigo antitortura da Convenção Interamericana segundo o qual "entender-se-á também como tortura a aplicação em uma pessoa de métodos tendentes a anular a personalidade da vítima ou a diminuir sua capacidade física ou mental, embora não causem dor física ou angústia psíquica.
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