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Estudantes tentam se proteger atrás de barricada enquanto participam de manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro, nas ruas caraquenhas | Christian Veron/Reuters
Estudantes tentam se proteger atrás de barricada enquanto participam de manifestação contra o governo do presidente Nicolás Maduro, nas ruas caraquenhas| Foto: Christian Veron/Reuters

Protesto

Grupo de estudantes enfrenta a polícia e sete pessoas ficam feridas

Pelo menos sete pessoas ficaram feridas ontem durante manifestação ocorrida em Caracas, com incidentes envolvendo a polícia, estudantes e grupos civis armados. Por meio do Twitter, manifestantes denunciaram a prisão de ao menos dez pessoas.

O protesto foi convocada por líderes estudantis para criticar a inflação e a escassez de produtos. A multidão se reuniu na Universidade Central da Venezuela e caminhou em direção à vice-presidência da área econômica. A Guarda Nacional e a polícia interceptaram o ato em uma das entradas do prédio. Os estudantes jogaram pedras, e a polícia respondeu com gás lacrimogêneo e jatos d’água. Durante o confronto, grupos de civis não identificados atiraram para o alto, intimidando os manifestantes.

39 mortos e pelo menos 550 feridos é saldo dos protestos na Venezuela. As manifestações contra o governo de Nicolás Maduro começaram no dia 12 de fevereiro, motivadas pela crise econômica e pela insegurança.

  • Manifestante ferido durante protesto recebe ajuda em Caracas

Os governos do Brasil e do Chile defenderam ontem a posição da Unasul de promover um diálogo político na Venezuela, apesar da desconfiança em relação ao organismo regional manifestada ontem pela dirigente opositora María Corina Machado.

Após um breve encontro ontem em Brasília, o ministro das Relações Exteriores Luiz Alberto Figueiredo e o chanceler do Chile, Heraldo Muñoz, rebateram a posição de Corina ao afirmarem que a gestão da União de Nações Sul-americanas (Unasul) na Venezuela gerou "confiança" no bloco e que apenas tenta criar um diálogo em nome da conciliação.

"Trata-se de ajudar a criar as condições políticas necessárias para que os venezuelanos resolvam seus problemas pendentes", declarou Figueiredo em entrevista coletiva junto a Muñoz.

Conversas

O ministro disse que, durante a visita que os chanceleres da Unasul realizaram a Caracas na última semana, "conversou com muitas forças políticas, com os estudantes e representantes de outros setores" e que todos avaliaram a gestão desse organismo de forma positiva.

Muñoz e Figueiredo reiteraram, além disso, que a intenção da Unasul "não é interferir" nos assuntos internos da Venezuela, mas apenas "ajudar" a gerar as condições necessárias para um diálogo entre os próprios venezuelanos.

Publicações venezuelanas recebem papel enviado pelos colombianos

Agência O Globo

Os jornais venezuelanos El Nacional, El Nuevo País e El Impulso comemoraram ontem a chegada à fronteira da Venezuela com a Colômbia de um carregamento de 30 toneladas de papel-jornal, enviado pelos diários colombianos que integram a Andiarios, como parte da campanha "Todos somos Venezuela, sem liberdade de imprensa não há democracia".

Graças à colaboração, explicou o vice-presidente editorial do El Nacional, Argenis Martínez, os diários venezuelanos ganharão 15 dias de circulação e continuarão operando este mês. No entanto, se o governo do presidente Nicolás Maduro não liberar os dólares para importar papel, os três diários correm risco de fechar a partir de maio.

"Estamos vendo se seria possível receber papel de outros países, mas tudo vai depender da burocracia do governo para nos entregar o papel enviado pela Colômbia", disse Martínez, afirmando que foram apresentados mais de 25 documentos.

Desde que o governo começou a limitar a entrega de divisas, 13 diários fecharam. Outros 17 foram obrigados a reduzir de forma expressiva seu tamanho, de acordo com a ONG Espaço Público.

Já jornais alinhados com Maduro continuam contando com o papel necessário. "Todos que trabalhamos por um jornalismo de qualidade e pela defesa da liberdade de imprensa na América Latina não podemos ser indiferentes", afirmou Nora Saín, diretora executiva da Andiarios.

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