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Reconstrução

Brasil não tem posição sobre rebeldes

Apesar da decisão da Liga Árabe de reconhecer o Conselho Nacio­­nal de Transição (CNT) dos insurgentes como representante da Líbia nas reuniões da entidade, o Brasil ainda não definiu sua posição a respeito. A avaliação do go­­verno brasileiro é que não há pressa, já que a interlocução do país com os rebeldes existe, ainda que informalmente.

Além disso, o reconhecimento do CNT terá de ser necessariamente discutido pelo Comitê de Credenciais das Nações Unidas na Assembleia Geral, em setembro, e não haveria razões para antecipar o debate.

Também não há, na avaliação do Itamaraty, problema em participar de uma eventual reunião com o CNT, se for mesmo confirmado o convite anunciado pelo presidente francês, Nicolas Sarko­­zy, mesmo sem o reconhecimento formal do Conselho como re­­presentante do povo líbio. O pedido de participação do Brasil nem mesmo chegou ainda, mas o Mi­­nistério das Relações Exteriores considera que a ideia pode ser positiva, desde que não tire o mandato e a autoridade do Con­­selho de Segurança da ONU.

Represália

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, não acredita em hipótese de represália de parte de um novo governo líbio contra o Bra­­sil, que manteve relação estreita com o regime de Muamar Kadafi e questiona a atuação de tropas aliadas em território líbio.

"O Bra­­sil se distinguiu ao longo de todo esse processo com uma preocupação muito grande de se posicionar do lado da população líbia. A preocupação que manifestamos era com a utilização de uma autorização do Conselho de Segurança de proteção à população civil que gerasse violência adicional à violência", argumentou o ministro das Relações Ex­­teriores.

Ao ser indagado sobre a ideia do governo francês de fazer uma reunião de "amigos da Líbia" para discutir o pós-Kadafi, o chanceler respondeu que "o Brasil se considera mais amigo da Líbia que muitos outros países".

"Não utilizamos armas contra qualquer líbio em momento al­­gum", disse ele em referência às tropas aliadas (Estados Unidos, Reino Unido e França) enviadas à Líbia para conter a rebelião que matou centenas de civis nos últimos meses.

"No parágrafo operativo que autorizou a proteção civil falava-se em cessar-fogo, e na nossa vi­­são, esforços adicionais deveriam ter sido usados para negociar o cessar-fogo há muito tempo atrás", criticou Patriota. "O que nós queríamos era o fim da violência."

O chanceler brasileiro afirmou que não há uma pacificação do país e que "o Brasil se posicionou do lado das Nações Unidas, do lado da legalidade, do respeito às decisões do Conselho de Se­­gu­­rança, na letra e no espírito com que foram adotadas para proteção da sociedade civil, e não para colocar regime A, B ou C no poder".

Ele reafirmou que o Brasil man­­­­teve contato com os rebeldes em Benghazi, e que está acompanhando de perto a situação para ver como evolui.

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