Nova Zelândia encerrou seu ano com performance maori| Foto: Johannes Eisele/AFP

"Brasil, o palco agora é de vocês." Foi assim que Jürgen Boos, diretor da Feira do Livro de Frankfurt, oficializou o país como o convidado de honra da edição do próximo ano. O evento foi encerrado ontem com a despedida da Nova Zelândia, celebrada neste ano.

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Empossado, o Brasil res­pon­deu com bossa nova: um show de voz e violão, com Celso Sim e Arthur Nes­­trovski. A cerimônia começou, na verdade, com uma conversa entre Milton Hatoum e a poeta neozelandesa Hinemoana Baker. Um encontro oportuno, pois ambos tratam da imigração em sua obra, tema muito caro aos dois países.

Em seguida, o presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, órgão responsável pela organização da participação brasileira, subiu ao palco para receber o bastão de Taonga Manatu, ministra da Cultura e Patrimônio da Nova Zelândia. No bastão, constam frases de grandes escritores brasileiros – um gesto simbólico que se tornou inusitado: de paletó e gravata, equilibrando-se com o bastão, o microfone e o aparelho de tradução simultânea, Amorim buscava se localizar no palco ao se ver em meio a um apresentação neozelandesa maori, com seus participantes gritando e fazendo caretas.

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Passada a festa, a realidade. O Brasil precisa decidir com urgência como vai se espalhar pela feira, além de ocupar o pavilhão de convidado de honra: com apenas um enorme estande (como costuma fazer), ou dividindo as editoras pelos pavilhões temáticos, como o de livros infantis e de quadrinhos. Os organizadores da feira necessitam da resposta até no máximo o final de janeiro.

No encerramento da feira foram anunciados os autores brasileiros que serão homenageados em 2013. Eles são: Ferreira Gullar, Oswald de Andrade, Bernardo Carvalho, Haroldo de Campos, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Hilda Hilst, Mario de An­drade, Raduan Nassar, João Cabral de Melo Neto, Manuel Bandeira, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, João Ubaldo Ribeiro, Machado de Assis e o próprio Milton Hatoum.

Os cenógrafos e diretores Daniela Thomas e Felipe Tassara foram conhecer o pa­vilhão reservado ao país homenageado. A dupla será responsável pela criação da ocupação brasileira. "Achei o espaço pequeno", disse Daniela, referindo-se aos 2.500 metros quadrados.