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Milhares de jovens sul-africanos formam a cabeça de um leão na areia da praia de Durban, pedindo ações urgentes em relação ao aquecimento global | Shayne Robinson/Reuters
Milhares de jovens sul-africanos formam a cabeça de um leão na areia da praia de Durban, pedindo ações urgentes em relação ao aquecimento global| Foto: Shayne Robinson/Reuters

Para UE, pior crise do século 21 é a climática

A verdadeira crise do século 21 não é a financeira, mas a decorrente do aquecimento global, afirmou ontem Jo Leinen, chefe da delegação do Parlamento Europeu na COP-17, em Durban.

"Não há dúvida de que a crise financeira passará, mas a crise climática ainda está por vir", declarou Leinen em entrevista coletiva, na qual a União Europeia (UE) voltou a pedir que se alcance em 2015 um acordo global vinculante para combater a mudança climática.

"Todos sabemos que, no ano passado, houve 5% a mais de emissões que em 2009, e que não há perspectivas que isso mude neste ano ou no próximo", disse Leinen.

Os esforços atuais da comunidade internacional não servirão para manter o aumento das temperaturas médias mundiais daqui até o fim do século abaixo dos 2 graus centígrados considerados perigosos, dizem os especialistas.

EFE

O Brasil foi escolhido pela presidente da COP-17, a chanceler sul-africana Maite Mashabane, para tentar dobrar a noiva mais cobiçada da conferência do clima de Durban: os Estados Unidos.

O país integrará um pequeno grupo de nações "facilitadoras", tentando construir uma fórmula intermediária entre a posição americana e a do restante do mundo.

Ontem, a dois dias do fim oficial da COP, os brasileiros Luiz Figueiredo e André Corrêa do Lago tiveram seguidas reuniões com o negociador americano, Todd Stern.

Sem nada para oferecer em termos de compromissos de corte de emissões ou de dinheiro para o chamado Fundo Verde do Clima, os EUA têm tentado melar o que pode ser o resultado mais importante da conferência: a definição de um plano que leve o mundo a um acordo do clima com força de lei em 2020. Neste novo pacto, todos os países teriam alguma meta de corte de gases-estufa.

Stern tem dito que seu país não se opõe a um acordo legalmente vinculante, desde que em pé de igualdade com a China. Chineses e indianos não só não aceitam essa condição como também impõem as próprias.

O ideal para os EUA é continuar conversando sobre o novo tratado, sem prazo.

A UE, por sua vez, exige a definição do acordo como precondição para entregar aquilo que os países em desenvolvimento mais querem: um segundo período de compromisso do Protocolo de Kyoto, o tratado do clima que expira no ano que vem.

Na terça-feira, a comissária europeia do Clima, Connie Hede­­gaard, criticou o excesso de cobrança em cima do bloco.

O Brasil tem posição intermediária entre os gigantes emergentes e os americanos. Diplomatas têm dito que o país não se opõe ao acordo com força de lei e quer prazo definido para sua conclusão.

Negociadores e observadores têm começado a vislumbrar o resultado da conferência de Dur­­ban como um acordo com força de lei, mas cuja legalidade não seja tão explícita a ponto de esbarrar na oposição do Senado dos EUA.

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