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A brasileira Ana Paula Maciel está entre os ativistas do Greenpeace presos na Rússia após um protesto contra a exploração do petróleo no Ártico | REUTERS/Dmitri Sharomov/Greenpeace
A brasileira Ana Paula Maciel está entre os ativistas do Greenpeace presos na Rússia após um protesto contra a exploração do petróleo no Ártico| Foto: REUTERS/Dmitri Sharomov/Greenpeace

A Justiça da Rússia decidiu, no domingo (29), pela prisão preventiva por mais dois meses de oito ativistas do "Greenpeace" que fizeram um protesto contra a exploração de petróleo à bordo de uma embarcação no Ártico, no último dia 18. Entre esses presos está a brasileira Ana Paula Maciel, que ainda não prestou depoimento sobre o ocorrido. O prazo foi dado para que as autoridades russas terminem a investigação sobre a ação dos manifestantes.

O protesto realizado há 12 dias terminou com a prisão de 28 ativistas, segundo a ONG. O "Greenpeace" afirmou em seu site que "não se intimidará" e que recorrerá da decisão que prorrogou as detenções dos embarcados no "Artic Sunrise", de bandeira holandesa.

"Apesar de ainda não haver qualquer acusação formal, as autoridades russas levantaram a hipótese de pirataria, o que é rechaçado pelo Greenpeace", diz o site da entidade.

Nesta segunda-feira, o principal órgão russo responsável pelas investigações acusou os ativistas de representar uma "ameaça real à segurança" da plataforma de petróleo no Ártico, de propriedade da estatal Gazprom. A comissão de inquérito montada para o caso não disse se acusará os ativistas de pirataria, crime cuja pena máxima é de 15 anos de prisão.

"Sempre estive pronta para ser responsabilizada por minhas ações. Eu não sou uma pirata. Perfurar por óleo é uma enorme ameaça ao meio ambiente na Rússia e em toda a região Ártica", disse a ativista Sini Saarela, da Finlândia, a colegas da entidade de defesa do meio ambiente.

Os investigadores russos afirmam que o barco do "Greenpeace" violou a área de segurança de 500 metros de proximidade da plataforma. Segundo o governo, o barco trazia equipamentos cujo propósito não foi esclarecido.

A ONG negou que o barco tivesse ultrapassado o limite de 500 metros. No entanto, admitiu que botes infláveis entraram na área e foram usados para o protesto na plataforma.Itamaraty acompanha o caso

O Itamaraty informou nesta segunda-feira que está acompanhando de perto os desdobramentos do caso de Ana Paula. Segundo a diplomacia brasileira, um funcionário da embaixada em Moscou viajou para Murmansk logo depois de receber as primeiras notícias sobre a prisão da ativista e, desde então, tem mantido contatos regulares com ela. A mais recente conversa entre os dois aconteceu no domingo. A brasileira pediu ajuda para falar com familiares, mas teria dito que está bem física e emocionalmente.

"Ela está sendo bem tratada. Não houve ameaça à integridade física", disse um auxiliar do ministro Luiz Alberto Figueiredo.

Segundo o Itamaraty, o papel do Ministério das Relações Exteriores é acompanhar o caso para evitar que a brasileira sofra qualquer restrição de seus direitos pessoais. O governo brasileiro não pretende, no entanto, tratar do assunto diretamente com autoridades russas. A explicação é de que, qualquer ação nesta linha, poderia ser interpretada como uma tentativa de ingerência externa em assuntos do Judiciário russo.

"Até o momento existe um processo legal. Vamos verificar se os direitos delas serão mantidos", disse o assessor do ministro.

Organizações como a "WWF" e a "Anistia Internacional" condenaram as prisões. Já a organização "Repórteres sem Fronteiras" criticou a prisão de um fotógrafo e de um cinegrafista que estavam embarcados e disse que a Rússia praticou "inaceitável violação ao direito à informação".

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