Ivanice estava a caminho do trabalho, no Aeroporto de Lisboa, quando foi atingida| Foto: Arquivo Pessoal

Uma brasileira de 36 anos foi baleada e morta por engano pela polícia de Lisboa na madrugada de quarta-feira (15). Segundo a imprensa portuguesa, o carro em que ela estava foi atingido por pelo menos 20 disparos. O condutor do veículo acabou sendo preso pela polícia. Ivanice Carvalho da Costa, de Amaporã (PR), foi atingida no pescoço e morreu antes de chegar ao hospital.  

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A polícia confundiu o carro em que ela e o companheiro estavam, um Renault Megane preto, com um outro veículo que havia acabado de participar de um assalto a um caixa-eletrônico. Ivanice estava a caminho do trabalho, no Aeroporto de Lisboa.   

Fontes ouvidas pela reportagem dizem que o namorado da vítima, cuja nacionalidade ainda não foi confirmada, estava dirigindo o veículo sem carteira de habilitação e nem seguro do carro (que é obrigatório em Portugal). Ele teria se assustado ao se deparar com vários carros da polícia na estrada. Após dar marcha a ré e bater em uma parede, o homem acabou avançando em direção aos policiais, que abriram fogo.  

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Segundo a PSP (Polícia de Segurança Pública), o motorista não obedeceu às ordens de parar o carro e, durante a fuga, tentou ainda atropelar os polícias, "que tiveram de afastar-se rapidamente para não serem atingidos" e "foram obrigados a recorrer a armas de fogo". Na sequência, ele foi preso pela polícia.

O veículo em que os assaltantes estavam, um Seat Leon preto, havia escapado de uma perseguição policial minutos antes, em uma região próxima ao local onde a brasileira foi atingida.  

Essa foi a primeira morte provocada por policiais em Portugal em 2017.

Repercussão 

O caso ganhou espaço na imprensa de Portugal, que tem um número muito baixo de mortes envolvendo forças policiais. Entre 2013 e 2015, não houve nenhuma vítima fatal.  

O caso faz lembrar um outro brasileiro assassinado por engano pela polícia na Europa.  

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Em julho de 2005, o mineiro Jean Charles de Menezes, 27, morreu após ser atingido pela unidade armada da Scotland Yard no metrô de Londres. Ele fora confundido com um terrorista pela polícia inglesa.  

Em nota, a Embaixada brasileira em Portugal afirmou que o país está dando suporte à família da vítima.  

"A Embaixada lamenta profundamente o ocorrido. A família da vítima já entrou em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, que prestará o apoio cabível", diz.  

"A Embaixada acompanha atentamente o caso e aguarda novas informações a respeito do inquérito com vistas a determinar o curso de ação a ser tomado", completa o órgão.