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Rio de Janeiro (AE) – O brasileiro Felipe Carvalho Barbosa, de 22 anos, fuzileiro naval dos Estados Unidos, foi morto na sexta-feira, quando retornava de um confronto em Faluja, no Iraque. O caminhão em que ele estava passou por cima de uma mina e capotou, informaram parentes do jovem, que moram em Bangu, bairro da zona oeste do Rio. O corpo de Felipe chegará na próxima sexta-feira aos Estados Unidos e o enterro está previsto para sábado. O pai do rapaz, Robson de Lima Barbosa, de 44 anos, vai pedir que o Itamaraty solicite ao governo dos EUA que custeie sua viagem ao país, para assistir ao funeral do filho.

"Não tenho meios próprios para viajar. Mas meu filho morreu a serviço do governo dos EUA. Acho que o mínimo que podem fazer é permitir que eu o veja pela última vez", disse Barbosa, que vive em Goiânia (GO). Felipe mudou-se com os pais e o irmão André para a Carolina do Norte em 1994. Desde pequeno sonhava ser militar, incentivado pelo tio Carlos Alberto Simões, sargento reformado da Marinha. Os pais separaram-se e ele permaneceu nos Estados Unidos com a mãe, Iracy, e o irmão. Aos 16 anos, ingressou na Marinha americana. O desejo de Felipe era participar da caçada a Saddam Hussein.

Persistência

Por três vezes foi reprovado nos testes a que os militares são submetidos antes de irem à guerra: foi eliminado nos exames médicos, depois cortado por uma falha técnica na sala em que era feita a triagem e, por fim, um defeito no pára-quedas o impediu de saltar. "Era um sinal de que ele não deveria ir à guerra", acha Barbosa, que não via o filho desde 2002, quando o rapaz esteve no Brasil pela última vez.

Felipe foi para o Iraque em outubro e deveria voltar para os EUA em março. Há 15 dias, um amigo dele foi morto em combate na sua frente. O fuzileiro naval conversou por telefone com a tia Maria Simões, que vive em Bangu, e pediu que ela rezasse. "O negócio aqui está feio". Na sexta-feira, após o confronto, Felipe ligou para a mulher, Christie, e disse que estava bem. Pouco depois, houve o acidente.

Faluja é uma das áreas mais conturbadas do Iraque, com intensa resistência à ocupação americana. Felipe morreu no dia em que seu irmão completava 16 anos.

"O André está inconsolável. Ele esperava que o Felipe ligasse para dar os parabéns e o telefonema que recebeu foi da notícia da morte do irmão.", lamenta o pai. Há outros dois fuzileiros brasileiros lutando pelos EUA no Iraque: Daniel Moreira, 24 anos, e Felipe Mesquita, de 22.

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