Brasileiro vai liderar unidade de desarmamento da ONU

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Um brasileiro foi designado nesta segunda-feira para liderar a unidade de desarmamento da Organização das Nações Unidas, parte de um controverso plano de restruturação do secretário-geral Ban Ki-moon para a entidade, recentemente aprovado.

O diplomata Sérgio de Queiróz Duarte foi nomeado por Ban nesta segunda como alto representante para o desarmamento, com nível de subsecretário. Ex-embaixador no Canadá, China e Áustria, Duarte é formado em Direito e serviu como chairman da Agência Internacional de Energia Atômica.

Na sexta-feira, a Assembléia Geral de 192 membros concordou em dividir o setor de manutenção da paz em dois departamentos, após persistente lobby de Ban e meses de negociações.

Parte do plano era colocar o departamento de desarmamento para o escritório de Ban ao invés de mantê-lo como uma seção separada.

Originalmente, Ban queria colocar o departamento de desarmamento dentro da seção de questões políticas, agora liderada pela norte-americana Lynn Pascoe. Mas países emergentes argumentaram que um cidadão de uma potência nuclear não poderia advogar pelo desarmamento e insistiram que um subsecretário-geral teria que liderar o setor.

A divisão no departamento de manutenção de paz, que supervisiona 100 mil soldados em todo o mundo, também sofreu críticas por causa de um possível conflito nas linhas hierárquicas e por algumas nações acreditarem que foi concebido para criar outro cargo de alto nível.

Mas Ban, que propôs a reestruturação pouco após assumir em janeiro, argumentou que as duas unidades eram necessárias para lidar com as 18 missões paz, que custam mais de 5 bilhões de dólares: uma para liderar as operações e outra para fornecer serviços de apoio e administração.

No final, o francês Jean-Marie Guehenno, atual chefe das forças de paz, terá a palavra final em ambos os departamentos. A Assembléia Geral, entretanto, disse que o novo departamento seria renovado após três anos para melhorar a eficiência e a relevância.

A assembléia autorizou 284 novos cargos temporários para a reestruturação, embora Ban tenha originalmente procurado abrir 400 postos.