Governo acompanha, com apeensão, situação de brasileiros no Congo

O Itamaraty diz que a embaixada em Kinshasa informou que os cerca de 50 cidadãos brasileiros que vivem naquele país estão bem.

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Exército restaura ordem no Congo, diz ONU

Ao anoitecer, havia tiroteios esporádicos em torno da sede da ONU, no centro, de onde horas antes 900 civis haviam sido retirados.

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A República Democrática do Congo está à beira de uma guerra civil. Tropas ligadas ao ex-vice-presidente Jean-Pierre Bemba entraram em várias frentes de confronto com os militares subordinados ao presidente José Cabila, eleito no ano passado. Segundo um diplomata brasileiro, a situação no país é grave, principalmente na capital, Kinshasa.

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Há dois dias, funcionários do Ministério das Relações Exteriores e sete militares de uma missão brasileira estão confinados na embaixada do Brasil. Eles estão com medo de sair e serem atingidos por tiros disparados pelos militares dos dois lados do conflito. Até um carro oficial que estava estacionado do lado de fora da embaixada foi alvejado.

Segundo o embaixador Flávio Roberto Bouzanini, os conflitos tiveram início a partir da disputa pela guarda de proteção exclusiva do ex-vice-presidente.

- Nós estamos bem. Eu e os funcionarios estamos todos na embaixada e dormimos aqui também. Não houve vítimas, a não ser danos materiais. Nossa tensão agora é de aguardar os acontecimentos. As tropas do governo têm que controlar a situação - disse o embaixador brasileiro.

No ano passado, no segundo turno das eleições, Cabila e Bemba fizeram um acordo pelo qual o ex-vice-presidente, mesmo perdendo as eleições, teria direito a uma guarda exclusiva. Recentemente, Cabila baixou um decreto estabelecendo um prazo para que a guarda fosse reintegrada às tropas regulares. Bemba reagiu e o clima se agravou ainda mais depois do seqüestro do irmão do ex-vice-presidente.

- Os conflitos começaram no dia 22. Tem tiroteio dia e noite - disse um diplomata brasileiro.

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Na embaixada estão Bouzanini, dois funcionários brasileiros, seis congoleses e sete militares que fazem parte da missão brasileira enviada ao país. Por enquanto, não há risco de desabastecimento na embaixada porque os militares têm suprimentos suficientes para assegurar a alimentação de todos por pelo menos 30 dias.

De acordo com as autoridades, várias casas foram atingidas e a embaixada da Espanha também teve que ser evacuada. Segundo o ministro das Relações Exteriores da África do Sul, Ronnie Mamoepa, Jean-Pierre ainda não pediu asilo.

— Ele só pediu proteção enquanto durar a violência— disse o ministro.

O ex-rebelde, que no ano passado concorreu à Presidência, era apoiado por Uganda e chegou a controlar a região nordeste do Congo. Atualmente, é empresário em Kinshasa mas mantém centenas de simpatizantes armados. Jean-Pierre saiu derrotado nas primeiras eleições multipartidárias em 40 anos no país, marcado pela violência e pela corrupção. O presidente Joseph Kabila foi reeleito vencendo com ampla margem de votos, mas em meio a denuncias de fraude.