Bombeiros chilenos tentam entrar em um apartamento onde seis brasileiros morreram em Santiago, em 22 de maio de 2019| Foto: Karin Pozo / ATON CHILE/AFP

Seis turistas brasileiros foram encontrados mortos nesta quarta-feira (22), em Santiago, no Chile, por inalação de gás. Eles estavam em um apartamento alugado no centro da cidade, onde passavam as férias.

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A causa das mortes ainda está sendo investigada, mas informações preliminares dos bombeiros chilenos apontam para um vazamento de gás em um aquecedor local, possivelmente monóxido de carbono - um gás que não tem cheiro. Por segurança, o prédio foi evacuado durante as operações.

O grupo passou mal e, nesta quarta, um deles chegou a ligar para um tio, falando frases desconexas. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, esse familiar acionou o consulado brasileiro. O cônsul foi até o local, mas ninguém abriu a porta. Enquanto isso, os celulares das vítimas tocavam no interior do apartamento sem resposta. Após arrombar o imóvel, a polícia encontrou os brasileiros, quatro adultos e dois adolescentes de 13 e 14 anos, já mortos.

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"Havia seis pessoas mortas, quatro adultos e dois menores. Possivelmente, a morte foi causada por emanação de gás", disse o comandante Rodrigo Soto. Quando a polícia chegou ao apartamento, notou que todas as janelas estavam fechadas, o que pode ter provocado a grande concentração de gás.

Alta concentração de monóxido de carbono

Agentes do Corpo de Bombeiros fizeram a evacuação imediata do prédio - ruas adjacentes também foram interditadas. Depois, realizaram medições do ar no apartamento e descobriram altas concentrações de monóxido de carbono, gás que não emite odor, mas cuja inalação provoca a morte.

O segundo comandante do Corpo de Bombeiros de Santiago, Diego Velásquez, disse que a equipe trabalha para esclarecer o que causou a morte dos turistas. Segundo ele, não está descartada a hipótese de que as mortes estejam relacionadas com o tipo de calefação usada nos apartamentos. Na noite desta quarta, bombeiros buscavam possíveis escapamentos de gás no local.

Cinco vítimas eram de Santa Catarina

A identidade das vítimas foi confirmada por familiares em postagens nas redes sociais, são eles: Adriane Kruger e Jonathas Nascimento Kruger, que eram casados; Debora Muniz e Fabiano de Souza, que também era casados e pais das outras duas vítimas, Karoliny, que completaria 15 anos nesta semana, e Felipe, de 13.

Fabiano, Débora e os filhos viviam em Biguaçu, na região metropolitana de Florianópolis. Em nota, a prefeitura do município decretou luto oficial por três dias, "devido à comoção pública vivida em toda cidade após o ocorrido".

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O texto ainda informa que Jonathas, nascido em Biguaçu, vivia em Hortolândia, no interior de São Paulo, junto de Adriane. Ele era irmão de Débora. Uma vaquinha foi criada na internet para arrecadar R$ 100 mil para o traslado e o sepultamento dos corpos das vítimas.

Declaração do Ministério das Relações Exteriores

"O Ministério das Relações Exteriores manifesta seu profundo pesar pelo falecimento de seis brasileiros de uma mesma família em um apartamento localizado na região central de Santiago, no Chile, em 22 de maio.

Na tarde do ocorrido, o Consulado-Geral do Brasil em Santiago foi alertado por familiares das vítimas no Brasil, tendo diplomata daquela repartição imediatamente comparecido ao local e acompanhado a abertura do imóvel onde se encontravam os falecidos.

O Consulado-Geral do Brasil em Santiago segue acompanhando o caso e prestando apoio integral para os trâmites necessários à liberação e ao traslado dos corpos. Serão igualmente acompanhados os procedimentos investigativos, a cargo das autoridades chilenas. O Itamaraty aguarda a identificação oficial das vítimas."

A lei não obriga as autoridades brasileiras a custear o translado de corpos de brasileiros mortos no exterior, segundo o Itamaraty.

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Assistência

O Airbnb, ferramenta pela qual o casal alugou o apartamento, prometeu dar assistência aos parentes das vítimas. "Estamos profundamente consternados com este trágico incidente. Nós nos solidarizamos com os familiares e estamos em contato para prestar todo apoio necessário aos familiares neste momento difícil. A segurança de nossa comunidade de viajantes e anfitriões é a nossa total prioridade", disse a empresa, em nota.

O aplicativo possui um seguro para proteger danos aos imóveis e indenizar os proprietários se ocorrerem problemas. Em situações de acidentes com turistas, as situações são avaliadas caso a caso, segundo a assessoria de imprensa do Airbnb.

O governo de Santa Catarina informou, por nota, que acompanha a investigação das circunstâncias das mortes, pelas autoridades chilenas, e que atua para facilitar os trâmites de liberação dos corpos.

A prefeitura de Biguaçu, onde quatro das vítimas moravam, decretou luto oficial por três dias na cidade e disse estar em contato com as autoridades federais e estaduais para tratar do translado dos corpos e organizar um velório coletivo.

Ao saber do acidente, a família lidava com outra dor: a morte da mãe de um dos turistas, ocorrida pouco antes da tragédia em Santiago.

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(COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)