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Sem cemitérios, nepaleses cremam suas vítimas em meio a um cenário desolador de destruição. | Abir Abdullah/EFE
Sem cemitérios, nepaleses cremam suas vítimas em meio a um cenário desolador de destruição.| Foto: Abir Abdullah/EFE

Brasileiros que estavam no Nepal durante o terremoto de sábado fizeram duras críticas à assistência prestada pela embaixada do Brasil em Katmandu, capital do país, após o tremor. O carioca Felipe Freire Moulin, de 27 anos, tinha acabado de sair de um retiro espiritual quando começou o terremoto. Ele não se feriu, mas acusou a embaixada de negligência. “Andei muito e não me ofereceram nem um copo de água. Não podiam me ajudar em nada além de oferecer uma ligação rápida. Perguntamos sobre acampar no quintal da embaixada, mas se recusaram. Disseram que não sabiam se o prédio era seguro e que a embaixadora não iria gostar de se comprometer com a morte de ninguém”, conta ele.

Segundo Moulin, cidadãos de outros países tiveram mais ajuda de seus serviços diplomáticos do que os brasileiros. “Comentei que as outras embaixadas estão oferecendo água, chá e alimentos para as pessoas. Eles responderam que só tinham material de limpeza e não poderiam ajudar”, afirmou.

Felipe, que está com um brasileiro que tem passaporte israelense, contou que a embaixada de Israel e de vários outros países estão acolhendo as pessoas no próprio jardim. “Se as embaixadas não oferecem comida, ao menos dão indicação de onde se pode comprar. A embaixada brasileira disse que não está dando indicação porque o mercado onde eles costumam comprar está fechado e está difícil para todo mundo”, disse.

Paranaenses que faziam trilha retornam na sexta ao Brasil

O drama de um grupo de 20 brasileiros, a maioria paranaense, que está no Nepal para turismo de aventura tem data para terminar: a próxima sexta-feira. É quando eles embarcam de volta para o Brasil, como contou para a reportagem a coordenadora da expedição, Ana Paula Wanke.Os turistas percorriam uma trilha na região de Pokhara, a 200 quilômetros do

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O paulista Gilson Alves Bevilacqua, no Nepal para visitar seu irmão que atua em projetos humanitários, se queixa de que o Brasil não ofereceu um avião para tirá-lo de lá. “Acabamos de saber que o governo brasileiro não vai mandar avião para nos buscar, com a alegação que o aeroporto daqui já voltou a funcionar. Quem quiser, que volte por conta própria. Na embaixada, estão dificultando a emissão do passaporte do bebê do meu irmão”, escreveu no Facebook.

O Itamaraty disse não ter informações sobre o caso específico de Felipe Freire Moulin e informou que tem o registro de 183 brasileiros no Nepal, nenhum deles gravemente ferido. A Chancelaria afirmou que deu instrução para a embaixadora do Brasil no Nepal, Maria Teresa Pessôa, de que todos os brasileiros podem usar a embaixada, inclusive como local de refúgio.

Segundo o ministério, a embaixada está em regime de plantão e muitas pessoas tomaram café da manhã no local uma vez que o acesso a restaurantes e supermercados está restrito. O Itamaraty afirmou ainda que um núcleo de atendimento da embaixada está funcionando no aeroporto de Katmandu, onde brasileiros podem ir para resolver questões burocráticas, como a falta de documentos e a troca de passagens para retorno ao Brasil.

Segundo a assessoria do ministério, a equipe da Embaixada do Brasil na Índia foi deslocada para reforçar o atendimento aos brasileiros no Nepal, onde a equipe consular tem nove pessoas.

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