Citando o relato de uma jornalista independente do Canadá, a agência de notícias Sputnik, ligada ao governo russo, noticiou que a situação na Venezuela está calma, que o governo Nicolás Maduro conta com apoio popular e que as pessoas não estão passando fome lá, concluindo que a mídia ocidental está mentindo e fabricando caos no país latino-americano. Com isso, além de ignorar numerosas reportagens de veículos confiáveis da imprensa internacional, ambos parecem não reconhecer nem mesmo o relatório da alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, o qual elenca diversas violações atribuídas ao regime de Nicolás Maduro, inclusive a morte de 6.856 pessoas pela Força de Ação Especial da Polícia Nacional Bolivariana (Faes) em pouco mais de um ano.
"Em todos os lugares que eu fui, eu vi pessoas [que] não pareciam estar morrendo de fome. E eu vi uma loja que vendia comida, carne, queijo, legumes. Então, a minha principal conclusão foi de que a mídia estava fabricando uma crise que não existe. Há pobreza, mas a maneira como a mídia está apresentando é que todos estão morrendo de fome, todos estão comendo do lixo, e esse não foi o caso", contou ao Sputnik a jornalista canadense Eva Bartlett, que visitou áreas pobres da capital com uma delegação de paz. Ainda segundo a jornalista, poucas pessoas compareceram às manifestações da oposição às quais ela havia sido convidada.
Nesta quarta-feira (7), atendendo a um chamado do ditador, seus apoiadores saíram às ruas para protestar contra as recentes sanções dos Estados Unidos à Venezuela. Maduro ainda conta com apoio de cerca de 20% a 25% da população (entre os mais fiéis e os que aprovam parcialmente seu governo), segundo pesquisa de opinião realizada em maio pela Universidade Católica Andrés Bello e o instituto Delphos. O apoio à oposição, de acordo com a mesma pesquisa, gira em torno de 40% e 45%.