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Londres (AFP) – Um tribunal britânico reconheceu pela primeira vez que o ex-soldado Daniel Martin, 35 anos, está sofrendo de Síndrome da Guerra do Golfo e deve receber pensão por invalidez. "É uma decisão marcante. É o caso definitivo para o reconhecimento da Síndrome da Guerra do Golfo", disse Mark McGhee, advogado do ex-soldado, ao falar sobre o precedente aberto pela decisão, anunciada em Londres. "Haverá implicações para centenas de veteranos da Guerra do Golfo, que claramente são vítimas dos mesmos males".

A Síndrome da Guerra do Golfo é um termo abrangente para um grande número de doenças, algumas delas sérias, as quais afetam os homens que retornaram da Operação Tempestade do Deserto em 1991, que tinha como objetivo liberar o Kuwait das tropas iraquianas. Embora muito debatido, o tema ainda não havia obtido parecer judicial favorável.

Teor

O Tribunal de Apelação de Pensões, que já rejeitou outros pedidos de pensão feitos por veteranos da guerra, estabeleceu que "veteranos da Guerra do Golfo desenvolveram um excesso de doenças sintomáticas além do normal". A sentença relativa ao caso Martin diz ainda que "o termo Síndrome da Guerra do Golfo é a determinação médica apropriada para esses excessos de sintomas".

O ex-soldado Martin sofre de uma variedade de doenças incluindo dores na juntas, falta de concentração e memória, asma e fadiga crônica.

Assim como outros veteranos, ele culpa os coquetéis de drogas receitados pelos médicos militares para a proteção contra ataques químicos, assim como a ex-posição ao urânio. A batalha de Martin contra o Ministério da Defesa começou em 2000. "Tive de ir a vários médicos e fui convocado várias vezes pelo ministério e pela Agência de Veteranos. Estou feliz agora que o tribunal considerou as evidências e chegou à conclusão que eu já tinha há muito tempo", disse ontem, após o anúncio da decisão judicial.

O Ministério da Defesa rejeitou a existência de uma Síndrome da Guerra do Golfo por 14 anos. Algum progresso foi feito em setembro, quando o ministério, pela primeira vez, permitiu o uso da expressão como um "termo geral", mas não como um "termo médico". Algumas organizações afirmam que 500 ex-soldados britânicos morreram por causa da Síndrome da Guerra do Golfo e outros 6 mil ainda sofrem da doença. Cerca de 53 mil soldados britânicos fizeram parte da Tempestade no Deserto.

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