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Empresa acusada de matar civis se defende

O presidente da empresa de segurança privada Blackwater, muito criticada depois de ter se envolvido em um tiroteio que deixou dez mortos no Iraque, defendeu seus agentes ontem diante do Congresso americano. Erik Prince, responsável pela Blackwater, foi interpelado por um painel de parlamentares democratas e republicanos, para responder pelas atividades de seus agentes no Iraque, suspeitos de terem aberto fogo indiscriminadamente em um episódio há duas semanas em Bagdá.

"À medida que haja vítimas inocentes, direi claramente que foi uma tragédia", declarou na Câmara de Representantes. Dez iraquianos, entre eles nove civis, morreram em 16 de setembro em um tiroteio envolvendo empregados da Blackwater. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou que quer uma investigação exaustiva sobre a Blackwater.

O primeiro-ministro britânico Gordon Brown, que chegou ontem a Bagdá para realizar uma visita-surpresa ao Iraque, anunciou que mil soldados britânicos poderão deixar o país antes do final do ano e que a cidade de Basra será entregue às autoridades iraquianas. "Creio que, antes do final do ano, as forças britânicas, que contam atualmente com 5.500 pessoas no Iraque, poderão ser reduzidas para 4.500. Antes do Natal, mil soldados nossos podem ser repatriados à Grã-Bretanha para realizar outras missões", disse Brown.

O premier britânico anunciou que a entrega da província de Basra (sul) para as autoridades iraquianas poderá ser iniciada "nos próximos dois meses". Em Washington, a porta-voz da Casa Branca Dana Perino disse aos jornalistas que os Estados Unidos não têm objeção alguma ao anúncio da retirada de parte do efetivo britânico. Consultada sobre se o governo americano se sentia confortável com a retirada, que ocorre logo depois de um acalorado debate nos Estados Unidos sobre o número tropas no Iraque, Perino respondeu: "sim".

"As forças de segurança iraquianas trabalharam com os britânicos em Basra com o objetivo de levar os iraquianos a se sentirem aptos a tomar o controle da segurança", disse aos jornalistas. "Parece-me que os britânicos estão cumprindo o calendário que tinham estipulado", disse.

Na entrevista em que anunciou a retirada, ao ser perguntado sobre uma possível redução suplementar das tropas britânicas durante 2008, Brown respondeu: "No futuro tomaremos nossas decisões em função de nossa avaliação da situação no terreno". Brown considerou ainda como "vital" a reconstrução do Iraque, e adiantou que seu governo proporá a criação de uma agência de desenvolvimento e investimento para promover o progresso do país.

A visita do líder britânico ao Iraque incluiu uma reunião com o mais alto comandante americano no Iraque, o general David Petraeus, e com o embaixador de Washington em Bagdá, Ryan Crocker, antes de passar em revista às tropas de Basra. Na base militar britânica, Brown homenageou os soldados: "Vocês são valentes e estou muito, muito orgulhoso de vocês", disse diante de 200 militares. Em sua reunião com o primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, Brown afirmou que as forças iraquianas já estão preparadas para uma transferência, que será feita o quanto antes. Os temas de desenvolvimento econômico do Iraque e do processo de reconciliação política também estavam na pauta da reunião com Maliki.

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