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A partir de março de 2008, a Grã-Bretanha deve diminuir pela metade seu contingente no Iraque, depois de repassar o controle da área de segurança da Província de Basra às forças iraquianas, disse na segunda-feira o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Em seu primeiro discurso de peso ao Parlamento sobre política externa, Brown deixou em aberto a possibilidade de retirar todo o contingente britânico até o fim do ano que vem. Ele também anunciou a pretensão de oferecer aos iraquianos que trabalharam para os soldados britânicos a oportunidade de requerer ajuda financeira a fim de mudarem de residência na Grã-Bretanha, no Iraque ou em outros países da região.

Em uma visita surpresa ao Iraque, na semana passada, Brown anunciou que mais 500 soldados regressariam para a Grã-Bretanha até o final do ano, deixando para trás a impopular guerra no país árabe. Já se esperava, então, que o contingente britânico caísse de 5.500 para 5.000 integrantes. Agora, esse montante será reduzido para 2.500 a partir de março do próximo ano.

Previa-se que Brown, no cargo de premier desde junho, no lugar de Tony Blair, acelerasse a retirada britânica do Iraque devido à insatisfação dos eleitores. A guerra foi responsável por derrubar os índices de popularidade de Blair e por abreviar sua permanência no cargo.

Pela primeira vez em várias semanas, pesquisas de opinião recentes colocam os conservadores, principais da oposição, na frente dos trabalhistas de Brown. O premier, que vinha aparecendo bem nas sondagens, admitiu nesta segunda-feira que considerou a possibilidade de convocar eleições antecipadas. Mas ele negou que a mudança de planos tenha sido resultado dos últimos dados negativos. A hipótese é defendida pela oposição, que critica Brown por supostamente colocar intersses pessoais à frente das questões políticas.

Tropas britânicas terão papel de "supervisão"

O anúncio marca um momento de virada no sul do Iraque, onde não mais haverá a presença maciça de soldados estrangeiros patrulhando as ruas das cidades. Brown, no entanto, afirmou ao Parlamento que o papel britânico de "supervisão" continuava obrigando os soldados do país europeu a terem "a capacidade de operar linhas de suprimento e de atuar em questões de fronteira."

- Isso significa que estamos em condições de dar apoio aos soldados iraquianos e também de intervir novamente - disse.

A Grã-Bretanha enviou 45 mil soldados para o Iraque durante a invasão liderada pelos EUA em 2003. Na qualidade de principais aliados dos americanos, os britânicos mantiveram entre 7.000 e 8.000 soldados no território iraquiano durante a maior parte dos últimos quatro anos e principalmente no sul do Iraque, uma região majoritariamente xiita da qual sai a maior parte do petróleo do país.

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