O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, ressaltou na segunda-feira, dia no qual se reuniu com o presidente dos EUA, George W. Bush, que deseja preservar os laços de proximidade com os norte-americanos.
Mas, segundo se prevê, Brown deve marcar distância de Bush em questões como o Iraque. Os dois líderes pretendem ficar reunidos durante dois dias, na primeira vez em que Bush encontra-se com o novo dirigente da Grã-Bretanha desde o final do mandato do ocupante anterior do cargo, Tony Blair, no mês passado.
A guerra no Iraque, a preocupação com o programa nuclear do Irã, as mudanças climáticas e os esforços para retomar as negociações da rodada de Doha (sobre o comércio mundial) devem fazer parte dos assuntos a serem discutidos.
Brown também pretende buscar apoio dos EUA para um pacote de medidas elaborado com o intuito de colocar fim ao conflito na região de Darfur (Sudão).
O novo premiê britânico, um homem reservado e, em certa medida, formal, não deve manter o tipo de relação de proximidade existente entre Blair e Bush. No primeiro encontro destes dois, o presidente dos EUA observou que ele e então premiê britânico usavam a mesma marca de pasta de dente.
Brown deve evitar qualquer tipo de atitude capaz de fazer com que os meios de comunicação britânicos o classifiquem como um "cachorrinho dos EUA", a alcunha dada por repórteres a Blair.
O antigo premiê ficou perto de Bush depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 e durante a invasão do Iraque, em 2003.
A proximidade entre os dois líderes irritou a opinião pública da Grã-Bretanha e contribuiu para a decisão de Blair de abandonar o cargo antes do final do mandato.
Ainda assim, autoridades britânicas e norte-americanas tentaram afastar os rumores de que a relação entre os dois países esfriaria.
Citando a frase de Winston Churchill sobre a Grã-Bretanha e os EUA compartilharem uma "herança comum", Brown, em um artigo publicado na segunda-feira pelo jornal The Washington Post, prometeu solidariedade com os norte-americanos na luta contra o terror.
Brown desembarcou nos EUA no domingo, e os dois dirigentes devem conceder uma entrevista coletiva nesta segunda-feira.
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