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Pressão

Bush busca apoio de europeus no impasse nuclear com o Irã

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, participa de um encontro nesta quarta-feira com líderes europeus em que deve pedir aos seus aliados que mantenham a pressão sobre o Irã devido a seu programa nuclear. Mas Bush também enfrentou reclamações em questões comerciais.

As relações entre os EUA e a União Européia (UE) estão melhorando, mas os europeus alertaram, antes das negociações em Viena, que Bush parece exagerar nas questões de segurança e que as negociações globais sobre comércio podem fracassar se não houver mais concessões de Washington.

Bush ainda não recuperou totalmente a confiança dos europeus desde a invasão do Iraque, em 2003. Muitos europeus foram contra a guerra.

Da prisão americana na baía da Guantánamo (em Cuba) a exigências para obtenção de vistos de entrada nos EUA, os europeus dizem que Washington ainda está mostrando pouca consideração com seus parceiros transatlânticos.

Bush se encontrou com o presidente da Áustria, Heinz Fischer, cujo país ocupa a presidência da União Européia até o fim de junho. Deve se reunir mais tarde com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Durão Barroso, e com o chefe da política externa do bloco, Javier Solana.

Antes do início da reunião, Barroso fez um novo apelo pela moderação americana nas questões de segurança.

- Corremos o risco de perder nossas almas - disse ele ao diário International Herald Tribune. - Estamos comprometidos com o combate ao terrorismo. Mas se restringirmos os direitos e liberdades civis porque estamos combatendo os terroristas, isso será uma vitória dos terroristas.

Num gesto de boa vontade com os europeus, os EUA pareciam dispostos a assinar uma declaração final da cúpula fazendo referência ao respeito aos direitos humanos no combate ao terror.Irã

Bush deve dizer que os EUA e a Europa não devem aliviar a pressão sobre o Irã e que devem manter as ameaças de sanções contra a República Islâmica caso ela continue com seu programa de enriquecimento de urânio.

O Ocidente suspeita que o programa nuclear de Teerã tenha como finalidade a criação de armas nucleares, enquanto os iranianos sustentam se tratar de uma iniciativa com o objetivo de gerar energia.

O Irã é o quarto maior exportador de petróleo do mundo e tem as segundas maiores reservas de gás e petróleo.

Washington disse que entraria em negociações com o Irã ao lado dos europeus, com a condição de que os iranianos interrompam o enriquecimento de urânio -- passo fundamental na produção de armas nucleares --, em troca de uma oferta de comércio e de incentivos tecnológicos.

- Se o Irã não aceitar esta oferta, voltaremos ao Conselho de Segurança da ONU. Tudo isso faz parte do caminho adiante - disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Stephen Hadley.

Bush também pode enfrentar novas pressões na cúpula para fechar a prisão de Guantánamo, que detém cerca de 460 estrangeiros.

A cúpula ainda dá a UE e Washington a chance de discutir diferenças que bloqueiam uma nova rodada da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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