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Horas depois de vetar o projeto de lei que impunha um prazo para a retirada das tropas dos Estados Unidos do Iraque, o presidente norte-americano George W. Bush disse que a principal razão pela qual defende a permanência no país do Golfo Pérsico é a permanência das ações terroristas da al-Qaeda.

"A al-Qaeda é o inimigo número 1 no Iraque", afirmou Bush, em discurso feito nesta quarta-feira (2). Desde o ataque de 11 de Setembro, o grupo terrorista é o principal alvo do governo norte-americano.

O presidente dos EUA afirmou ainda que o povo iraquiano está colaborando mais com os militares e está mais confiante com o serviço realizado pelas tropas.

As declarações de Bush vêm para tentar defender o seu veto. Ele afirmou ainda que destacará mais 4 mil soldados para a região de Anbar, a oeste de Bagdá. Segundo o presidente, a cidade está sendo visada por novos ataques pela al-Qaeda.

A proposta para retiradas das tropas é de autoria dos democratas (rivais dos republicanos, grupo político de Bush). Ela vinculava a atribuição de fundos para a Guerra do Iraque e do Afeganistão com a adoção de um calendário para a retirada das tropas do país árabe.

Teoricamente, o Congresso norte-americano pode derrubar o veto de Bush e fazer valer a lei aprovada pelos parlamentares. Mas para isso são necessários os votos de 2/3 (dois terços) dos congressistas. E os democratas não têm todos esses votos -tanto é que a aprovação dessa lei na Câmara e no Senado se deu por uma diferença muito pequena.

Logo, o que deve prevalecer após todo esse confronto entre Bush e os democratas é a vontade do presidente republicano: o orçamento para manter os soldados no Iraque (mais de 140 mil) será sancionado e o prazo para a retirada das tropas será vetado.

Disputa política

O projeto de lei foi assinado e enviado pela democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara de Representantes (o equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil). O projeto de lei exigia o início da retirada das tropas americanas do Iraque a partir de outubro.

"Peço ao presidente para promulgar" o projeto de lei sobre o financiamento das guerras no Iraque e Afeganistão, condicionado à retirada de tropas que deve começar no mais tardar em outubro, afirmou Pelosi.

"Um veto supõe negar aos nossos militares os recursos e a estratégia de que necessitam", declarou o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, durante a cerimônia de assinatura do projeto de lei.

Os líderes democratas fizeram com que coincidisse a apresentação do projeto com o aniversário do discurso triunfal de Bush sobre o Iraque, em 1º de maio de 2003. Na data, o presidente aproveitou uma cerimônia planejada até o último detalhe, a bordo do porta-aviões USS Abraham Lincoln, para declarar que as principais operações de combate no Iraque tinham terminado.

Mas, na prática, continuam. E não há previsão de quando a violência vai acabar no Iraque.

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