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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, considerou o teste nuclear que a Coréia do Norte diz ter realizado um ato provocativo e disse que a comunidade internacional deve reagir prontamente. "É inaceitável e merece uma resposta imediata do Conselho de Segurança da ONU", disse Bush em pronunciamento à TV (leia aqui a íntegra do discurso) na manhã desta segunda-feira (9).

Ele também ameaçou a Coréia do Norte caso o país asiático transfira conhecimento nucleares e materiais para a Síria e o Irã -este último um dos países que comporiam o "eixo do mal", segundo disse o presidente norte-americano em 2002.

Bush também disse hoje que considerará a transferência de tecnologia atômica "uma agressão contra os Estados Unidos". "Os Estados Unidos não vão admitir a nuclearização da península coreana", afirmou o norte-americano.

Os serviços sismológicos da Rússia, da Coréia do Sul e dos Estados Unidos informaram que foram sentidos tremores na região em que o governo norte-coreano afirma ter realizado seu teste nuclear. Mas ainda não há comprovação de que uma bomba atômica tenha sido explodida.

Há também muita divergência de especialistas internacionais sobre a potência dessa suposta bomba norte-coreana e sobre o arsenal que o país teria. Há quem diga que o regime de Pyongyang (a capital da Coréia do Norte) não tem capacidade de acoplar um artefato nuclear a um míssil. Para outros, no entanto, o país teria bombas tão ou mais potentes do que as lançadas pelos Estados Unidos sobre Hiroshima (no Japão), ao final da Segunda Guerra Mundial.

Sanções

O presidente rotativo do Conselho de Segurança na ONU, o embaixador japonês Kenzo Oshima, disse que, depois da primeira rodada de consultas de caráter privado, "existe um desejo deste órgão de responder com firmeza a uma ameaça que afeta a paz e a segurança".

"Todos os membros condenaram firmemente a ação e expressaram a urgência de que a Coréia do Norte volte às negociações de seis lados para que abandone seus programas nucleares e relacionados com mísseis", disse.

Os 15 membros do Conselho de Segurança estão reunidos nesta segunda-feira para estudar um projeto de minuta de resolução, no qual podem ser adotadas medidas mais firmes contra o regime norte-coreano.

"Alguns membros discutiram aplicar medidas sob o capítulo VII da Carta da ONU, mas estas negociações estão apenas no começo", disse. O capítulo VII autoriza a imposição de sanções econômicas e diplomáticas, assim como também prevê a intervenção militar.

Os Estados Unidos fizeram circular nesta segunda-feira no Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que prevê a aprovação de sanções contra a Coréia do Norte nos termos previstos pelo capítulo VII da Carta das Nações Unidas, informou o embaixador americano John Bolton, que não especificou as sanções propostas.

O primeiro-ministro britânico Tony Blair pediu nesta segunda-feira uma ação firme do do Conselho de Segurança das Nações Unidas, depois do suposto teste nuclear da Coréia do Norte, e advertiu que haverá "resposta".

"Consideramos isso (a bomba atômica norte-coreana) com muita seriedade", declarou um de seus porta-vozes. "O mesmo estão fazendo China, Japão, Estados Unidos, Coréia do Sul e toda a comunidade internacional. Por isso, antecipamos que o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá rapidamente para discutir o assunto".

A Casa Branca classificou o ato de ''provocação'' e pediu uma ação imediata da ONU.

Na sexta-feira, o corpo de 15 membros aprovou uma declaração não-vinculante que pedia a Pyongyang evitar a realização do teste e advertia sobre possíveis consequências.

A crise coincide com a votação formal prevista para esta segunda-feira para nomear o chanceler sul-coreano Ban Ki-Moon como secretário-geral das Nações. O atual chefe da ONU, o ganense Kofi Annan, deixará o cargo no fim de dezembro.

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