O candidato à Presidência da Colômbia Óscar Iván Zuluaga apresentou ontem à Procuradoria uma resposta ao vídeo em que aparece conversando com um hacker que teria vazado informação sigilosa sobre as negociações do governo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

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O documento foi entregue pelo advogado de Zuluaga, Jaime Granados, ao vice-procurador-geral, Jorge Fernando Perdomo. A perícia, contratada pelo Centro Democrático (partido de Zuluaga), foi realizada por especialistas da companhia Adalid Corporation, e concluiu que o vídeo seria uma montagem.

A defesa de Zuluaga alega que em vários pontos a imagem aparece cortada, indicando edição, enquanto o áudio não corresponde às cenas.

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"Há 17 pontos de edição, momentos em que se ouve o som de cliques sem que ninguém esteja pressionando o botão do mouse, e há diferença entre as versões do vídeo exibido pela Semana e o que saiu no jornal Tiempo", disse o técnico Andrés Guzmán Caballero, da Adalid.

Granados apresentou, ain­­da, uma denúncia formal contra Rafael Revert, o técnico em segurança informática espanhol, que trabalhava para o hacker Andrés Sepúlveda. Revert teria gravado o vídeo e o entregou à revista Semana, que o divulgou no último sábado.

O advogado disse que o vídeo mostra que Zuluaga "é uma vítima" e não deve responder como acusado de vazar informações sigilosas do Estado colombiano.

Eleições

Apadrinhado pelo ex-presidente Álvaro Uribe, Zuluaga disparou nas pesquisas e deve levar ao segundo turno nas eleições do próximo domingo. Ele disputa ponto a ponto as intenções de voto com o atual presidente, também ex-aliado de Uribe, Juan Manuel Santos.

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Ontem, Álvaro Uribe também foi à ofensiva, sugerindo que seu partido poderia não aceitar o resultado das urnas, caso o órgão eleitoral "não ofereça garantias". O ex-presidente disse também que, em vários lugares do país, as Farc estariam controlando a votação, "com um fuzil na mão". Santos tem como principal plataforma política as negociações iniciadas há 18 meses com a guerrilha.