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Nasralla e os membros de sua coalizão acusavam Hernández e o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de fraudarem a eleição para beneficiar o líder reeleito | ORLANDO SIERRA/AFP
Nasralla e os membros de sua coalizão acusavam Hernández e o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de fraudarem a eleição para beneficiar o líder reeleito| Foto: ORLANDO SIERRA/AFP

O candidato opositor à Presidência de Honduras, Salvador Nasralla, reconheceu nesta sexta-feira (22) sua derrota e a reeleição do atual mandatário, Juan Orlando Hernández, após um mês de tensão devido ao resultado do pleito.  

Nasralla e os membros de sua coalizão, a Aliança de Oposição contra a Ditadura, como o ex-presidente Manuel Zelaya, acusavam Hernández e o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de fraudarem a eleição para beneficiar o líder reeleito.  

A baixa transparência da apuração aumentou as suspeitas dos opositores e levou a uma série de protestos violentos que deixaram 24 mortos. Após recontagem ratificada pela União Europeia, Hernández foi declarado o vencedor.  

O opositor afirma ter definido sua desistência depois da decisão dos EUA de reconhecer a reeleição nesta sexta, apesar de a OEA (Organização dos Estados Americanos) pedir uma nova eleição. "Com essa decisão eu saio de cena."  

Para Nasralla, o reconhecimento americano abre precedente de que Hernández "foi imposto por eles, porque têm muito medo de governos de esquerda". Ele disse que deixará a política e voltará à sua carreira de apresentador de TV.  

Com a desistência, a coalizão opositora se dissolve. Candidato presidencial por um partido antissistema em 2013, ele se associou desta vez com Manuel Zelaya para tentar derrotar o presidente, que consideram um ditador.  

Entre as acusações que fazem contra Hernández está a de aparelhar o TSE e o Poder Judiciário. Como exemplo, citam a decisão da Suprema Corte que permitiu a candidatura, apesar de a Constituição proibir a reeleição consecutiva.  

Juan Orlando Hernández assume na próxima terça (26) seu segundo mandato, previsto para terminar em 2021. Mesmo após a desistência de Nasralla, os protestos continuaram na capital hondurenha, Tegucigalpa, com manifestantes tentando chegar à embaixada americana.

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