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O governista José Mujica e o oposicionista Luis Alberto Lacalle: reta final | Fotos: Pablo Porciuncula Miguel Rojo/Reuters
O governista José Mujica e o oposicionista Luis Alberto Lacalle: reta final| Foto: Fotos: Pablo Porciuncula Miguel Rojo/Reuters

Montevidéu - Para votar na eleição presidencial de amanhã os uruguaios residentes na Argentina não poderão ingressar em seu país pelo principal acesso por terra entre as duas margens do Rio Uruguai.

Desde 2006, um protesto dos habitantes do lado argentino contra a construção, na margem uruguaia do rio, da fábrica finlandesa de celulose Botnia impede a cir­­culação pela ponte de Guale­­guaychú.

A intenção dos manifestantes argentinos é afetar a indústria turística uruguaia, em represália ao que consideram um dano ao meio ambiente, à qualidade de vida no local – o cheiro da fumaça emitida pela fábrica seria a razão do aumento de casos de enjoo e alergias na população – e, por extensão, uma ameaça à sua sobrevivência econômica, am­­parada na indústria do turismo.

O fato de os manifestantes ar­­gentinos não permitirem o acesso dos eleitores uruguaios é mais um capítulo num conflito que ul­­trapassa os aspectos anedóticos.

Os governos argentino e uruguaio discutem atualmente o ca­­so na Corte Internacional de Jus­­tiça de Haia, onde a Argen­­tina acusou o Uruguai de descumprir o tratado bilateral de gestão do rio, ao autorizar unilateralmente a instalação da Botnia na região.

Os dois principais candidatos à Presidência do Uruguai, o socialista José Mujica e o conservador Luis Alberto Lacalle, reprovam a atitude argentina e exigem o fim do conflito – com diferente gradação retórica.

Em comício na cidade de Fray Bentos, no lado uruguaio da fronteira, Lacalle afirmou estar "provado que a Botnia não é contaminadora’’, disse que "a situação se tornou grotesca’’, já que "um punhado de pessoas da Província vizinha de Entre Ríos mantém a Argentina cativa em suas relações com o Uruguai’’ e prometeu que, se eleito, tentará "terminar imediatamente’’ com o conflito.

Mujica afirma estar seguro de que a empresa finlandesa não contamina o meio ambiente e diz que a Argentina precisa "compreender’’ isso. Ele defende a via do acordo com a presidente argentina, Cristina Kirchner, a ser alcançado com "paciência e sem prepotência’’.

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