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"A capital da Austrália está infestada de cangurus e a melhor solução é matá-los a tiros", disse Jon Stanhope, o ministro-chefe do território onde está Canberra. Conservacionistas horrorizados prometeram fazer manifestações se as autoridades seguiram com seus planos.

Canberra tem uma das populações mais densas de cangurus cinzas da Austrália, comuns no leste do país, e eles são facilmente vistos saltando nos parques e em outros locais ao redor da cidade.

O canguru é um emblema nacional da Austrália, mas também pode ser uma perturbação.

Os animais comem a grama e os arbustos ao redor de Canberra, estão degradando seu próprio hábitat e aumentando as ameaças representadas por insetos raros e lagartos. Cangurus saltitando pelas ruas são um problema de trânsito frequente na cidade e podem significar outros problemas, como uma família da região que descobriu na semana passada que um animal em pânico saltou a janela de um quarto e permaneceu na casa até ser empurrado pela porta da frente.

Stanhope divulgou o esboço de um plano descrevendo como seu governo vai reduzir a população de cangurus da cidade atirando neles, um método divide a comunidade de 330 mil pessoas. O plano não diz quantos cangurus seriam mortos. Os que apoiam a ideia afirmam que na falta de controles biológicos mais eficazes faz com que os tiros tornem-se a forma mais humana de controlar o número de animais.

"Provavelmente há mais cangurus cinzas do leste em Canberra neste momento do que em qualquer época nos últimos cem anos", disse Stanhope. "Eu acho que talvez tenhamos tentado muito não tomar uma atitude". É difícil determinar a população de cangurus da região porque os animais movem-se com muita frequência, de acordo com a disponibilidade de grama e água.

O governo do território está envolvido, desde 1998, na pesquisa para o desenvolvimento de um contraceptivo oral para os cangurus, mas nenhum foi eficaz na natureza. Stanhope disse que haverá incentivo a alternativas para a morte por tiros dos animais.

A opção de prender e levar os cangurus para locais onde eles sejam menos abundantes não foi levada em consideração porque o processo é caro, não tem eficácia comprovada e não faz sentido, já que não há ameaças à sobrevivência da espécie.

Pat O'Brien, presidente da Associação de Proteção Animal da Austrália, advertiu que as autoridades enfrentarão protestos se tentarem matar os cangurus a tiros. "A coisa toda é um exercício de propaganda para tentar conseguir o apoio público para matar os cangurus", disse O'Brien. O número de cangurus é alto, "mas certamente não há tantos assim", afirmou ele.

A morte de 400 cangurus, de um total de 600, numa área militar em Canberra no ano passado resultou em vários protestos. Os animais foram mortos por injeção letal porque as armas de fogo foram consideradas muito perigosas para serem usada no local, que fica nos limites da cidade de Canberra.

Pesquisas recentes do governo indicam que 17% dos motoristas de Canberra informaram já ter colidido com um canguru, embora 82% dos pesquisados considere importante que cangurus selvagens continuem a viver na cidade. As informações são da Associated Press.

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