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O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, divulgou neste sábado (15) a carta enviada previamente ao papa Francisco, na qual pede ajuda para estabelecer um "diálogo baseado na verdade" e denúncia "as reiteradas violações aos direitos humanos" na Venezuela.

"Solicitamos respeitosamente que nos ajude com tua enorme e indiscutível autoridade moral para conseguir esse diálogo baseado na verdade, no reconhecimento mútuo e na busca do bem comum", defende Capriles na carta, datada em 12 de junho.

Na mesma, o líder opositor também assinalou que os venezuelanos sofrem com "reiteradas violações aos direitos humanos e sem que os órgãos do poder público atuem".

"Existem perseguidos, processados, presos e exilados por motivos políticos na Venezuela", apontou Capriles, que também ressaltou que os veículos da imprensa estatal "são ativos e exclusivos agentes de sistemáticas campanhas de descrédito a todos que se atrevem a levantar a voz".

Além disso, Capriles considerou "oportuno" a mensagem enviada pelo papa no último dia 21 de abril, quando Francisco disse que acompanhava a Venezuela "com profunda preocupação (...) e com a esperança que o país buscará e encontrará formas justas e pacíficas para superar as sérias dificuldades".

Na ocasião, o país atravessava um conturbado período após as eleições do último dia 14 de abril, as quais deram a vitória ao presidente Nicolás Maduro com uma mínima vantagem de votos e até hoje não são reconhecidas pela oposição.

"Seu chamado foi oportuno naqueles dias (...) e continua sendo pertinente hoje, quando a realidade do país reivindica uma maior responsabilidade por parte de seus dirigentes", reiterou Capriles.

A carta divulgada hoje também traz críticas ao que denomina "projeto coletivista", que, segundo o opositor, tenta ser imposto "desde o poder" e que desconhece "os valores democráticos" ao condicionar "tudo" perante a "construção do socialismo".

Antes de finalizar, Capriles relata ao pontífice que, na Venezuela, há "ameaças e ações concretas" contra a liberdade de expressão e denúncia o "constante ataque" que vivencia e o "desconhecimento ao direito à propriedade".

"Nesse quadro de severa deterioração institucional, não é raro que cresçam a violência e a conseguinte insegurança para a vida das pessoas em um clima de impunidade", manifestou.

A carta divulgada por Capriles vem à tona menos de dois dias antes do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ser recebido pelo máximo pontífice em uma audiência privada no Vaticano. Na próxima semana, membros da oposição também serão recebidos na Santa Sé.

Três deputados opositores venezuelanos serão recebidos pelo secretário das Relações do Vaticano com os Estados, Dominique Mamberti, o chanceler da Santa Sé, para abordar a problemática situação dos "presos políticos", segundo a oposição venezuelana.

Além disso, está previsto que os mesmos assistam à audiência geral do papa na quarta-feira.

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