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Família de moto passa por mural com a imagem do presidente Hugo Chávez, que sofre de uma infecção respiratória severa | Carlos Garcia Rawlins/Reuters
Família de moto passa por mural com a imagem do presidente Hugo Chávez, que sofre de uma infecção respiratória severa| Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters

A Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela (Conatel) abriu processo contra uma emissora de tevê e duas de rádio que não veicularam ou postergaram a transmissão ontem da cadeia nacional obrigatória sobre a saúde do presidente Hugo Chávez.

O diretor do órgão, Pedro Maldonado, utilizou o procedimento padrão para casos de não acatamento da ordem de cadeia nacional, que pode gerar multa, para advertir que os meios devem cumprir "estritamente" as regras "neste momento e neste tema particular".

Caso não o façam, Maldonado disse que o órgão está disposto a punir veículos "para salvaguardar os direitos à paz, à tranquilidade e o sossego do povo".

As cadeias obrigatórias de rádio e tevê a respeito do estado de saúde de Chávez, em tratamento em Cuba contra um câncer, são uma mudança na estratégia de comunicação sobre o tema, que acusa a mídia "transnacional" de fazer "guerra psicológica" em torno do assunto.

Os chavistas seguem não detalhando o diagnóstico do presidente – que tipo de câncer e que órgãos ele atingiu – e o prognóstico.

No entanto, desde sua mais recente operação em Havana, em 11 de dezembro, governistas têm divulgado informações quase diárias sobre o presidente. A mais nova é a de que ele enfrenta quadro de insuficiência respiratória provocada por uma "severa" infecção pulmonar.

As informações dão sinais de que Chávez pode estar respirando com a ajuda de aparelhos. Mas o governo não se pronunciou sobre isso e não forneceu mais detalhes sobre o tratamento do presidente.

A nova linha foi determinada pelo próprio Chávez, que, antes de partir para Havana, disse que a cirurgia trazia riscos inegáveis e apontou pela primeira vez um sucessor em caso de novas eleições, o vice, Nicolás Maduro.

Desenlace

Para Andrés Cañizález, pesquisador da área de comunicação na Universidade Católica Andrés Bello, a gravidade da situação forçou uma abertura de comunicação, ainda que não total.

De um lado, era preciso preparar o país para um desenlace fatal para Chávez. De outro, o pesquisador vê a influência do novo comando no governo e na área de comunicação. Maduro foi nomeado vice em outubro, quando também chegou ao posto o atual ministro das Comunicações, o jornalista Ernesto Villegas.

Posse

A menos de uma semana da posse para o novo mandato de Chávez, na quinta, o governo ainda não esclareceu que caminho legal tomará caso isso não ocorra. Hoje a Assembleia renova sua junta diretiva no evento político mais importante desde a recaída do presidente. Se Chávez não assumir, o presidente da Casa assumirá para convocar eleição em 30 dias.

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