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Um militante suicida a bordo de um carro-bomba atacou um comboio militar italiano no centro da capital do Afeganistão, nesta quinta-feira (17), matando seis soldados italianos e dez civis afegãos. Foi o quarto grande ataque em Cabul em cinco semanas, mostrando que a vigiada capital ainda é vulnerável a ataques rebeldes, que não ocorrem apenas em bastiões do Taleban no sul do país. Depois dos ataques, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, defendeu que seria melhor se as tropas internacionais deixassem o Afeganistão em breve.

O suicida lançou o carro carregado de explosivos contra dois veículos militares italianos perto do meio-dia (hora local), informou em Roma o ministro da Defesa, Ignazio La Russa. Segundo ele, seis homens a bordo foram mortos e outros quatro ficaram feridos.

Um porta-voz do Taleban reivindicou o ataque. Ele disse que os militantes realizaram o atentado contra as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

A explosão foi sentida a um quilômetro de distância, no bairro onde várias embaixadas e bases militares estão instaladas.

O Ministério de Interior afegão informou que dez civis morreram e 55 ficaram feridos. A violência aumenta no Afeganistão, no momento em que os EUA enviam milhares de novas tropas para combater o Taleban, que volta a ganhar força. Os rebeldes, além de atrapalharem as eleições presidenciais do mês passado, têm lançado ataques não apenas no sul, onde atuam com mais força, mas também no norte e na região de Cabul.

O aumento da violência e as ameaças à legitimidade das eleições geram mais dúvidas sobre se os EUA e a Otan utilizam a estratégia correta para vencer a disputa. Os resultados eleitorais finais devem ser atrasados em algumas semanas, enquanto as acusações de fraude são investigadas.

Na quarta-feira, o embaixador dos EUA no Afeganistão, Karl Eikenberry, caminhou por um bairro de Cabul, afirmando que os agentes internacionais precisam passar menos tempo atrás de bunkers e mais interagindo com o povo afegão.

O mais graduado militar dos EUA e da Otan no Afeganistão, general Stanley McChrystal, pediu maior engajamento das tropas com as pessoas, para protegê-los melhor de ataques insurgentes e tentar conquistar a confiança popular.

Depois dos ataques desta quinta-feira em Cabul, Berlusconi disse em Bruxelas que seria melhor se as tropas internacionais deixassem logo o Afeganistão. O chefe de governo disse que não há prazo para a retirada e que qualquer decisão deve ser tomada em conjunto com os aliados da Itália. "Estamos todos convencidos é que melhor para todos sair logo", disse Berlusconi a jornalistas em Bruxelas.

Ele acrescentou que a Itália está "lidando com um problema internacional. Não se trata de um problema que um país que está presente (no Afeganistão) possa enfrentar sozinho. Isso trairia o acordo e a confiança com os outros países".

Berlusconi disse que a Itália já planeja retirar entre 400 e 500 soldados do Afeganistão, referindo-se às tropas adicionais que fortaleceram o contingente italiano nas recentes eleições afegãs As informações são da Associated Press.

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