A Casa Branca divulgou nesta quarta-feira (15) cerca de 100 páginas de e-mails internos e notas sobre o ataque ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi (Líbia) de 11 de setembro de 2012, após as acusações do Partido Republicano de que o governo de Barack Obama ocultou informação a respeito por razões eleitorais.

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Os e-mails e as notas detalham as conversas entre funcionários do governo sobre a versão oficial sobre esse ataque, no qual morreram o embaixador americano na Líbia, Chris Stevens, e outras três pessoas.

Segundo vários desses e-mails revelados pela rede "ABC" na semana passada, o Departamento de Estado ordenou eliminar as referências a um grupo vinculado à Al Qaeda e a ameaças terroristas prévias de um documento elaborado pela CIA com os pontos relevantes sobre o ataque.

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Esse documento foi usado pela embaixadora dos EUA perante a ONU, Susan Rice, em vários programas de televisão nos quais atribuiu o ataque a protestos espontâneos por um vídeo antimuçulmano.

A divulgação de todos os e-mails e notas mostra que tanto a CIA como o FBI, a Casa Branca e o Departamento de Estado participaram da redação desse documento, que se transformou no centro das críticas republicanas à atuação do governo.

O presidente da Câmara dos Representantes do Congresso, o republicano John Boehner, pediu na semana passada a Obama que publicasse os e-mails relacionados ao ataque em Benghazi.

Alguns republicanos acreditam que o governo de Obama mentiu deliberadamente sobre quem estava por trás do ataque ao consulado por motivos políticos, já que ele aconteceu menos de dois meses antes das eleições presidenciais do 6 de novembro.

A Casa Branca negou desde o princípio as acusações e, segundo Obama, a versão oficial que inicialmente atribuiu o atentado a protestos espontâneos refletia a informação que ele recebeu durante suas reuniões diárias com a Agência Central de Inteligência (CIA).

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Três testemunhas do ataque ao consulado questionaram na semana passada em uma audiência perante o Congresso a atuação do governo de Obama assim que foi informado do ataque.

"Circo"

Por sua vez, na segunda-feira passada Obama condenou o que considera um "circo político" e uma tentativa de "distração" dos republicanos sobre suas intenções de esclarecer o ataque em Benghazi.

"O que aconteceu foi trágico. Foi realizado por extremistas dentro da Líbia e estamos tentando caçar os autores, estamos tentando garantir que corrigimos o sistema para que não volte a acontecer", ressaltou o presidente em entrevista coletiva depois de se reunir com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.