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Sinal alerta que a entrada é proibida na base naval americana de Guantánamo, em Cuba: preso que foi libertado no ano passado se tornou líder da Al-Qaeda no Iêmen, provocando debates sobre o destino dos outros prisioneiros sob o novo governo | Brennan Linsley/Reuters
Sinal alerta que a entrada é proibida na base naval americana de Guantánamo, em Cuba: preso que foi libertado no ano passado se tornou líder da Al-Qaeda no Iêmen, provocando debates sobre o destino dos outros prisioneiros sob o novo governo| Foto: Brennan Linsley/Reuters

Embaixador no Iraque adverte sobre retirada das tropas

O embaixador dos Estados Unidos em Bagdá, Ryan Crocker, advertiu o presidente recém-empossado, Barack Obama, sobre a retirada precipitada de tropas no Iraque. Segundo Crocker, a investida poderia provocar um ressurgimento da rede terrorista Al-Qaeda, e um "encorajamento dos (países) vizinhos em influenciar em possíveis acontecimentos no Iraque".

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Obama reverte proibição para financiar abortos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou uma ordem executiva na tarde de ontem que elimina a proibição de que sejam dados fundos federais a grupos internacionais que façam abortos ou distribuam informações sobre o aborto.

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Washington - A ascensão do saudita Said Ali al Shihri, ex-prisioneiro de Guantánamo, em Cuba, como vice-líder do braço da rede terrorista Al-Qaeda, no Iêmen, levanta dúvidas – e críticas – sobre a medida anunciada ontem pelo presidente norte-americano, Barack Obama, de fechar o centro de detenção para suspeitos de terrorismo em um prazo máximo de um ano.

Al Shihri, informa o jornal americano The New York Times, é suspeito de envolvimento com o ataque a bomba à embaixada norte-americana em Sana, no Iêmen. Ele foi libertado da prisão na ilha em 2007, e passou por um programa de reabilitação para ex-jihadistas antes de se reintegrar ao grupo terrorista no Iêmen.

Sua ascensão foi anunciada em um comunicado na internet da Al-Qaeda, que identificou o novo vice-líder Abu Sayyaf al Shihri, dizendo que ele retornou de Guantánamo à Arábia Saudita e depois ao Iêmen, em uma descrição que bate com o perfil de Al Shihri.

A informação foi confirmada ao NYT por um oficial antiterrorismo dos Estados Unidos. "Eles são um só e o mesmo cara. Ele voltou à Arábia Saudita em 2007, mas seus movimentos no Iêmen ainda são incertos", disse o oficial ao NYT.

A notícia lança ainda mais dúvidas sobre a decisão do democrata Obama de fechar a prisão sem ter ainda, conforme o próprio Obama afirmou em entrevista coletiva, um plano para os cerca de 245 prisioneiros do complexo. O Pentágono afirma que dezenas dos ex-prisioneiros de Guantánamo retornaram aos antigos grupos terroristas, uma afirmação que, contudo, é difícil de ser verificada com imparcialidade.

A ascensão do saudita na Al-Qaeda, afirma o jornal, explica, contudo, a cautela do democrata em estabelecer o prazo de um ano para o fechamento de Guantánamo, prazo no qual sua equipe de governo deve avaliar soluções para os prisioneiros e estudar medidas para evitar que eles voltem à prática do terrorismo. "A lição está aqui, quem quer que receba ex-prisioneiros de Guantánamo precisa manter vigilância sobre eles", disse o oficial ao jornal.

Asilo

As organizações de defesa dos direitos humanos apontam o destino destes prisioneiros como uma das principais questões envolvendo o fim do presídio na base naval norte-americana em Cuba. Como foram os EUA que criaram o complexo, seria papel do governo norte-americano abrigar os suspeitos liberados. Contudo, as organizações afirmam que o problema criado por Guantánamo atingiu esfera mundial e por isso os demais países devem colaborar com uma solução.

Na segunda-feira, ministros de Relações Exteriores da União Europeia (UE) vão se reunir para tentar chegar a um consenso a respeito dos prisioneiros de Guantánamo. Embora a Europa apoie o fim da prisão e até elogie a iniciativa de Obama, assim como outros países do mundo, a questão é saber para onde irão os suspeitos de terrorismo detidos no local.

Javier Solana, alto representante de Relações Exteriores da UE, reiterou que Guantánamo é "um problema norte-americano, do governo dos EUA", mas disse que a UE está disposta a ajudar – sem dar detalhes sobre a extensão do auxílio. "Se pudermos contribuir para que esta decisão seja tomada o mais rapidamente possível, trataremos de ajudar", afirmou Solana, sem tocar no tema do asilo político.

Muitos dos 245 presos de Guantánamos procedem de países que não cumprem regras de direitos humanos e, por esta razão, os EUA tentarão negociar com outros Estados a recepção desses detentos. Embora alguns governos da Europa tenham dado sinais de que receberão prisioneiros de Guantánamo, apenas Irlanda e Suíça confirmaram a oferta de asilo político oficialmente.

A administração do republicano George W. Bush tentou, em vão, persuadir seus aliados a receber cerca de 60 prisioneiros libertados recentemente. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, já iniciou discussões sobre o que os países europeus farão após o fechamento da prisão.

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