| Foto: Nicholas Kamm/AFP

A reaproximação dos Estados Unidos com Cuba, desencadeada nos últimos meses pela administração Barack Obama, é positiva, mas insuficiente, afirmou o presidente cubano Raúl Castro durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (21). A entrevista foi dada instantes depois do fim da reunião com o chefe de Estado norte-americano, que fez, entre este domingo e esta segunda, a primeira visita de um presidente dos EUA à ilha em 88 anos.

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“Muito mais poderia ser feito se o bloqueio americano fosse levantado. Reconhecemos a decisão do presidente Obama e sua administração contra o bloqueio, e seus apelos repetidos para o Congresso removê-lo”, disse Castro na entrevista, ao lado de Obama. “As últimas medidas adotadas pela sua administração são positivas, mas insuficientes. Outras políticas deverão ser abolidas para a normalização da relação.”

Segundo Castro, o fim do bloqueio é “essencial para restabelecer as relações bilaterais” entre os dois países.

O cubano afirmou que é preciso focar no que há de semelhanças entre os dois países, e não focar apenas nas diferenças que existem, segundo ele, nos conceitos de “sistema político, democracia, exercício dos direitos humanos, justiça social, relações internacionais e estabilidade da paz mundial”.

“Reafirmo hoje que devemos exercitar a arte da coexistência civilizada, que é aceitar e respeitar diferenças e evitar que sejam o centro da nossa relação”, afirmou Castro, que desmentiu, em tom desafiador, que Cuba tenha presos políticos.

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“Dê agora mesmo a lista dos presos políticos para soltá-los, mencione-a agora”, respondeu Raúl Castro, visivelmente agitado, a um jornalista que perguntou sobre o tema. “Se há estes presos políticos, antes do cair da noite, estarão soltos”, acrescentou.

”Defesa da democracia”

Obama foi recebido por Castro no Palácio da Revolução, em Havana, após o americano ter prestado uma homenagem no memorial José Martí. Também em entrevista, o presidente norte-americano assegurou que os Estados Unidos “defenderão a democracia”.

“Deixei claro que os Estados Unidos continuarão defendendo a democracia, inclusive o direito do povo cubano a decidir seu próprio futuro”, disse Obama.

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