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Três das 19 vítimas do incêndio em Doha, todas expatriadas, foram enterradas nesta terça-feira no Catar, onde as autoridades investigam as causas da tragédia que suscitou interrogações sobre as falhas nas regras de segurança.

O incêndio destruiu na segunda-feira a maior parte do centro comercial de Doha e as chamas tomaram, principalmente, uma creche para crianças de menos de cinco anos, deixando 13 mortos, sendo três gêmeos neozelandeses de três anos.

Segundo o Ministério do Interior, quatro funcionários da creche e dois membros da Defesa Civil também morreram.

Sob um sol escaldante, mais de duas mil pessoas assistiram aos funerais de uma criança e de uma funcionária da creche originárias da África do Sul, assim como de um bombeiro iraniano, todos muçulmanos.

O imã que conduziu as orações afirmou que as vítimas são "heróis e mártires".

Uma cerimônia religiosa deve ser organizada para as vítimas cristãs no final do dia.

Além da criança sul-africana e dos trigêmeos neozelandeses, as outras crianças são quatro espanholas, uma americana de origem árabe, uma canadense, uma franco-egípcia, uma egípcia e uma chinesa, indicou à AFP Mubarak Abu al-Ainine, porta-voz do Ministério do Interior.

Quanto aos adultos restantes, as vítimas eram três filipinos, duas cuidadoras e uma funcionária da contabilidade, e um bombeiro marroquino.

Os corpos dos trigêmeos, de três das quatro crianças espanholas e do chinês serão repatriados e ainda não há uma decisão sobre as três filipinas, segundo o porta-voz.

O príncipe herdeiro, xeque Tamim ben Hamad al-Thani, ordenou uma investigação sobre o incêndio do Villaggio, que teria sido provocado, segundo o chefe da Defesa Civil, Hamad Othman Dahimi, por um curto circuito, por negligência ou por um cigarro.

Os qataris tentavam entender nesta terça as possíveis falhas nas normas de segurança que estariam por trás do grande número de mortes.

"É anormal que em um centro comercial do tamanho do Villaggio haja tais falhas nas normas de segurança", indicou o jornal Al-Raya. "Alguns dirão que é o destino, mas essas negligências chegam ao nível de um homicídio culposo", acrescenta.

O testemunho do jornalista neozelandês Tarek Bazley mencionou o despreparo das equipes de resgate diante de uma situação de emergência como a de segunda-feira.

"Houve uma falta total de planejamento e de coordenação na retirada das pessoas presentes", disse ele à Radio New Zealand.

O Catar, rico em petróleo e em gás natural, atravessa um momento de desenvolvimento frenético e quer se dotar de infraestruturas de padrão internacional antes de receber em 2022 a Copa do Mundo.

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