Os chanceleres de Reino Unido e Equador se reuniram nesta quinta-feira (27) em Londres para debater a situação do ativista Julian Assange, mas não chegaram a um acordo. O fundador do site WikiLeaks está há exatos cem dias abrigado na Embaixada do Equador em Londres.

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Assange buscou abrigo fora do alcance das autoridades britânicas para fugir de um mandado de prisão e da consequente extradição para a Suécia, onde enfrenta um processo por crimes sexuais.

O Equador já concedeu asilo diplomático a Assange por entender que ele sofre perseguição polícia e corre risco de vida caso a extradição seja completada. Os advogados do ativista australiano alegam que acordo firmado entre Suécia e Estados Unidos permitiria o envio de Assange a esse segundo país, que sinalizaria intenção de processá-lo por crimes relacionados ao WikiLeaks.

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Conforme a argumentação da defesa de Assange aceita pelo Reino Unido, as acusações feitas contra ele na Suécia são apenas parte de um complô que visa, em última instância, enviá-lo aos EUA. Lá, dizem, Assange estaria suscetível a maus-tratos e condições degradantes como isolamento prolongado.

O governo equatoriano trabalha para convencer o governo britânico a conceder a Assange um salvo-conduto que permita o traslado dele, em segurança, da embaixada ao aeroporto, onde ele embarcaria rumo a Quito. Entretanto, Londres argumenta que não pode fazer tal concessão, sob pena de violar o acordo com a Suécia.

Hoje, i britânico William Hague e seu colega equatoriano, Ricardo Patino, se encontraram em Nova York, paralelamente à Assembleia-Geral da ONU. Patino reiterou o pedido de salvo-conduto afirmando que Assange precisa de tratamento médico. Em vídeo enviado à ONU, Assange aparece pálido e com sua voz rouca. Conforme as autoridades britânicas, porém, Patino deixou claro que não há nenhum risco imediato para a saúde do ativista.

No encontro, Hague destacou que o asilo diplomático sob o qual se encontra Assange, bem estabelecido pela prática na América Latina, não existe nas leis britânicas, e pediu tempo para avaliar o pedido.

Os dois chanceleres também concordaram em se encontrar novamente nos próximos "um a dois meses" para debater a questão. Para Patino, o compromisso demonstra a disponibilidade do Reino Unido em encontrar uma saída negociada para o impasse.

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