Menina passa por memorial em homenagem aos soldados argentinos mortos durante a Guerra das Malvinas| Foto: AFP PHOTO / JUAN MABROMATA

As comemorações pelos 30 anos do início da Guerra das Malvinas ocupam espaço na agenda britânica e argentina nesta segunda-feira. Os dois países disputam até hoje a soberania do arquipélago no Atlântico Sul. Diversas homenagens acontecem em memória dos 255 soldados britânicos e dos 649 soldados argentinos que morreram durante o conflito encerrado no dia 14 de junho de 1982. Três moradores das ilhas também morreram na guerra.

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Nas Ilhas Malvinas, cerca de 200 pessoas participaram de uma breve cerimônia para relembrar a invasão argentina. Uma cerimônia ecumênica com vários ex-combatentes, moradores e autoridades locais homenageou os voluntários britânicos "por sua coragem e determinação no dia da invasão". Após o ato, o governador enviado pelo Reino Unido, Nigel Haywood, convidou os veteranos para um chá em sua casa.

Em Londres, o primeiro-ministro, David Cameron, disse em um comunicado que tanto os mortos britânicos quanto os argentinos devem ser lembrados nesta data, "um dia para comemoração e reflexão". "Trinta anos atrás as pessoas das Ilhas Falklands sofreram um ato de agressão que queria tirar-lhes sua liberdade e seu estilo de vida", disse Cameron, usando o nome com que o Reino Unido se refere às Ilhas Malvinas.

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"O Reino Unido permanece fortemente empenhado na defesa dos direitos dos kelpers (como os insulanos são chamados), e apenas dos kelpers, de determinar seu próprio futuro. Esse era o princípio fundamental em jogo há 30 anos e é o princípio que nós solenemente reafirmamos hoje." Jim Murphy, secretário de Defesa da oposição, afirmou que não há evidências de que os habitantes das ilhas queiram mudar sua nacionalidade.

A Marinha Real do Reino Unido confirmou que um de seus navios de guerra mais modernos, o HMS Dauntless, vai partir nesta quarta-feira rumo a uma temporada de seis meses na base militar do arquipélago, elevando a tensão com o governo argentino, que acusa o país de militarizar o Atlântico Sul.

Veteranos da guerra e familiares dos combatentes mortos participaram de uma cerimônia em homenagem aos militares no Memorial Nacional de Arboretum, em Staffordshire, onde há uma lista com o nome dos mortos. Durante uma missa, uma vela foi acesa para marcar a data. Ela permanecerá acesa por 74 dias, tempo que o embate durou.

Na Argentina, vigília e chama eterna

Na Argentina, Cristina Kirchner é esperada em Ushuaia, na Terra do Fogo, para lembrar os soldados do país que morreram durante a guerra. Às 12h (horário local), a presidente deve fazer um discurso na Praça Ilhas Malvinas, junto a um memorial com o mapa das ilhas e os nomes dos mortos em combate. Kirchner irá acender uma chama eterna em memória dos mortos.

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Desde 1993, veteranos argentinos fazem anualmente uma vigília na praça. Participaram da guarda o vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, o ministro do Interior, o secretário-geral da Presidência e autoridades locais. No primeiro minuto desta segunda-feira, a bandeira nacional que fica na praça foi trocada por uma nova e, além da execução do hino nacional, políticos e ex-combatentes discursaram.

Uma exibição organizada pelo governo e pelas forças armadas também na Praça Ilhas Malvinas mostra fotos e armas utilizadas na Guerra de 1982. Uma maratona intitulada "Ushuaia-Malvinas" percorreu as principais ruas e avenidas da capital da Terra do Fogo.

A embaixada argentina em Londres seguiu o feriado nacional da Argentina e não abriu as portas. Uma homenagem do posto diplomático estava programada, mas nenhum ato aconteceu. Há alguns dias, Alicia Castro assumiu a embaixada sem fazer declarações à imprensa.

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