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Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Antônio Patriota, e do Reino Unido, William Hague, conversaram por telefone e acertaram que as autoridades de ambos os países "continuarão em contato" sobre o caso da detenção do brasileiro David Miranda em um aeroporto de Londres, confirmou nesta terça-feira (20) a chancelaria britânica.

Em comunicado, um porta-voz do ministério das Relações Exteriores britânico disse que os dois diplomatas "falaram por telefone ontem [segunda-feira] pela tarde" sobre a detenção neste domingo no aeroporto de Heathrow de Miranda, companheiro de Glenn Greenwald, repórter do jornal The Guardian que divulgou as revelações do ex-prestador de serviços da CIA Edward Snowden.

"Ambos concordaram que as autoridades brasileiras e britânicas continuarão em contato sobre este assunto", acrescentou o porta-voz.

No entanto, a chancelaria britânica frisou na nota, como também foi feito ontem por um porta-voz de Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro do Reino Unido, que "este assunto continua sendo um tema operacional da polícia metropolitana".

Miranda foi detido no domingo durante nove horas com base na lei antiterrorista britânica, que permite deter indivíduos sem que existam acusações, quando ele fazia escala em Londres. Miranda vinha de Berlim e estava a caminho do Rio de Janeiro, onde vive com Greenwald.

Os agentes confiscaram todos seus objetos eletrônicos, segundo o "The Guardian". Sua detenção gerou várias queixas por parte da oposição trabalhista britânica. Já o governo brasileiro emitiu um comunicado condenando a ação e classificando a detenção de Miranda de "injustificável", já que contra ele não havia nenhuma acusação.

Greenwald disse que a retenção de seu companheiro em Londres foi um "profundo ataque contra liberdades de imprensa" e que representa uma "mensagem de intimidação aos que informaram sobre a NSA (Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos) e o centro de escutas britânico".

Em comunicado divulgado ontem à noite, a polícia metropolitana defendeu o uso da lei antiterrorista no caso de Miranda e disse que se tratou de um procedimento "revisado de ponta a ponta para assegurar que o interrogatório era tanto necessário como proporcional".

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