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Hugo Chávez (esq.) e Fernando Lugo assistem a uma apresentação infantil, em Assunção: acordo entre os dois eleva a quantidade de petróleo que a Venezuela fornece ao Paraguai | Jorge Romero/AFP
Hugo Chávez (esq.) e Fernando Lugo assistem a uma apresentação infantil, em Assunção: acordo entre os dois eleva a quantidade de petróleo que a Venezuela fornece ao Paraguai| Foto: Jorge Romero/AFP

"Não necessitamos de tutores"

Blanca Ovelar, ex-ministra da Educação do Paraguai e ex-candidata à Presidência pelo Partido Colorado

Assunção - A psicóloga Blanca Ovelar, 50 anos, entrou para a história da política paraguaia por dois motivos: primeiro por ter sido a candidata a presidente do Partido Colorado derrotada após a agremiação permanecer no poder por 61 anos. Depois, por ter assumido a derrota no dia eleição, um gesto aplaudido internacionalmente e que fortaleceu a democracia do país.

Leia a entrevista completa

Assunção - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, prometeu fornecer ao Paraguai "todo petróleo de que precisar, até a última gota", durante encontro na tarde de sábado com o recém-empossado presidente paraguaio Fernando Lugo, em San Pedro. A província, onde Lugo foi bispo por 11 anos, é considerada a mais pobre do país.

"Nós assinamos o primeiro acordo para suprir o Paraguai com todo o petróleo de que precisar, até a última gota", disse Chávez no evento que reuniu cerca de mil pessoas.

Um dos acordos eleva a quantidade de petróleo que a Venezuela fornece ao país de 16,8 mil barris por dia para 25 mil barris por dia. O Paraguai é um grande gerador de energia hidroelétrica, mas não é produtor de combustíveis fósseis e consome cerca de 27,4 mil barris de petróleo por dia, de acordo com dados do Departamento de Energia dos EUA.

Foram assinados 12 acordos de cooperação nas áreas energética, educacional, agrícola e industrial – para saldar, segundo Chávez, "uma dívida histórica com os países irmãos’".

Chávez e Lugo, um ex-bispo católico que tomou posse na sexta-feira para um mandato de cinco anos, quebrando com 61 anos de hegemonia do Partido Colorado, não chegaram a mencionar durante o encontro nenhum acordo de preço para as importações do combustível.

Nos seus primeiros dias como presidente, Lugo, que gosta de dizer que é mais moderado que Chávez e que seus aliados socialistas na América Latina, mostrou interesse em estreitar relações com esses governantes considerados esquerdistas.

No dia da posse, ele teve encontros – ao lado de Chávez – com o presidente do Equador, Rafael Correa, e com o boliviano Evo Morales.

De olho no Mercosul

O venezuelano aproveitou para insistir na necessidade de que os Congressos do Paraguai e do Brasil aprovem a entrada de seu país no Mercosul. "Estamos à espera de que o Congresso paraguaio aprove logo o ingresso da Venezuela."

E prosseguiu: "Também está pendente a aprovação no Congresso do Brasil", lembrando que, em julho de 2006, foi aprovado o Protocolo de Adesão da Venezuela como membro pleno do bloco comercial ao grupo integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.

"Enquanto isso, de fato, já estamos no Mercosul, mas falta esse passo jurídico internacional, que é fundamental", insistiu Chávez.

Ainda no evento, o venezuelano presenteou Lugo com uma réplica da espada de Simón Bolívar. O paraguaio disse que ela vai ajudá-lo a lutar "contra a corrupção e contra os que roubaram o povo".

Segundo uma pesquisa divulgada ontem pelo jornal paraguaio Última Hora, 56,7% dos empresários do país se dizem confiante com a gestão de Lugo.

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