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A Venezuela recebeu no sábado um carregamento de 30 mil fuzis russos, semanas depois de Washington ter proibido a venda de armas americanas para Caracas, devido a preocupações com os laços do presidente Hugo Chávez com Cuba e Irã.

A Venezuela afirma que os rifles AK103 Kalashnikov - os primeiros de um lote de cem mil armas - e os 25 milhões de balas são parte dos esforços para modernizar seu Exército. Entretanto, o governo americano se opõe à compra de armas, pois acredita que isso pode desestabilizar a região.

- Esta é outra derrota que impusemos aos imperialistas norte-americanos. Simplesmente, eles não podem nos tocar - disse Chávez na noite de sábado, durante manifestação de estudantes. - Não queremos guerra, não vamos atacar ninguém. Estamos somente nos preparando para defender nossa terra abençoada, nossa nação e nossa revolução - acrescentou.

O governo dos EUA bloqueou neste ano as tentativas da Espanha de vender US$ 2 bilhões em embarcações militares e aviões para Chávez, e foi contra um negócio de aviões brasileiros porque continham tecnologia militar americana.

Incomodado pelas restrições de Washington, Chávez afirma que poderia comprar aviões de combate russos Sukhoi e advertiu que pode vender suas aeronaves americanas F-16 para a China ou para Cuba. A Venezuela já comprou helicópteros de ataque russos neste ano.

- Aviões Sukhoi 30 feitos na Rússia poderiam voar em breve sobre nossas cabeças - disse Chávez. - Nossos pilotos já voaram neles em Moscou. Os Sukhoi chegarão aqui logo.

Aliado de Cuba, Chávez está envolvido em uma disputa diplomática cada vez mais tensa com Washington, que acusa o autoproclamado revolucionário socialista de prejudicar a democracia e usar a riqueza da Venezuela em petróleo para pressionar seus vizinhos sul-americanos.

Chávez, que garante que Washington quer derrubá-lo para invadir a Venezuela, reduziu sua cooperação militar com os EUA e ordenou que os oficiais e reservistas façam treinamento para uma possível guerra de guerrilhas contra tropas americanas.

Washington proibiu no mês passado a venda de armas americanas ao governo de Chávez, devido a preocupações com os laços de Caracas com Havana e Teerã e com o que chamou de falta de ação da Venezuela contra as guerrilhas das Farc na Colômbia. O mandatário venezuelano rejeita as acusações.

O ministro da Defesa venezuelano, Orlando Maniglia, disse anteriormente que os fuzis, parte de um negócio multimilionário, vão substituir os antigos FAL. Ele disse que todo os cem mil fuzis estariam na Venezuela antes do fim do ano e que a Rússia ajudará Caracas a construir fábricas para produzir o seus próprios fuzis Kalashnikov e balas.

Eleito em 1998, Chávez afirma que suas idéias sobre uma revolução dos pobres se opõem à influência dos EUA na América do Sul, e reforçou seus laços com Rússia, China e Cuba para conter a tradicional dependência venezuelana dos EUA.

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