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Londres – Os esforços realizados pela Grã-Bretanha no combate ao terrorismo são coisa "do século passado", afirmou o chefe da Interpol ontem, acusando o país de não compartilhar informações sobre supostos terroristas e de não consultar um banco de dados do organismo internacional.

As críticas feitas pelo chefe da Interpol, Ronald Noble, podem constranger as autoridades britânicas no momento em que investigam os malsucedidos ataques com carro-bomba do mês passado, em Londres e na Escócia, pelos quais foram responsabilizados supostos militantes islâmicos do Oriente Médio e da Índia.

O premier britânico, Gordon Brown, disse no fim de semana que a informação obtida por um país a respeito do recrutamento de terroristas deveria ser compartilhada com outros países. Segundo Noble, a Grã-Bretanha não vinha fornecendo informações do tipo. "A Grã-Bretanha não compartilhou com a Interpol sua lista de vigilância de terroristas", afirmou Noble em uma carta aberta postada no site da organização, www.interpol.int.

"A Grã-Bretanha pode perder pistas importantes. O país que consultasse a Interpol, obteria pouca ou nenhuma informação. E as pessoas constantes da lista de vigilância de terroristas da Grã-Bretanha continuariam livres para planejar e realizar atentados terroristas."

Noble criticou o fato de as autoridades britânicas não estarem comparando os passaportes de viajantes com um banco de dados mundial da Interpol no qual há detalhes sobre 7 milhões de passaportes roubados ou perdidos.

O chefe da organização internacional alerta há bastante tempo para o perigo de países do mundo todo estarem contribuindo para as atividades de terroristas e de criminosos ao não reprimirem a utilização de passaportes roubados. Segundo Noble, apenas 17 dos 186 países membros da Interpol realizavam esse tipo de checagem constantemente. "De outro lado, todos os países vasculham sistematicamente a bagagem dos passageiros para ver se estão carregando garrafas de água ou garrafas com outros líquidos. Na minha opinião, parece haver um engano quanto às prioridades", afirmou.

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