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O chefe do Estado-Maior dos Estados Unidos, general Peter Pace, vai pedir ao presidente George W. Bush a retirada nos próximos meses de quase metade das tropas americanas atualmente postadas no Iraque, informou nesta sexta-feira o jornal "Los Angeles Times". Segundo os "funcionários civis e militares" citados pelo jornal, "os membros do Estado-Maior acham que é de importância estratégica reduzir as dimensões das forças americanas no Iraque para reforçar a capacidade de responder a outras ameaças".

As declarações são divulgadas num dia em que Bagdá voltou a ser palco de violência, com ao menos 10 mortos e 20 feridos em combates entre forças dos EUA e grupos xiitas. Na véspera, agências de inteligência americanas disseram que o governo do país árabe ficará mais instável nos próximos 6 a 12 meses.

O "Los Angeles Times" afirma que a posição do chefe do Estado-Maior conta com o apoio do secretário de Defesa, Robert Gates. Pace comunicará a proposta a Bush na reunião do presidente com o Estado-Maior que será realizada na primeira quinzena de setembro.

O Estado-Maior gostaria de retirar do Iraque aproximadamente metade das 20 brigadas de combate atualmente desdobradas. Com a correspondente redução nas unidades de apoio, a presença militar dos EUA ficaria abaixo dos 100 mil soldados, contra os atuais 162 mil.

Estado-Maior deverá entrar em choque com a Casa Branca

A opinião de Pace e do resto do Estado-Maior vai se chocar com o relatório que o comandante das forças no Iraque, general David Petraeus, apresentará ao Congresso dentro de três semanas. Ele deverá defender a manutenção, pelo menos até o fim de 2008, do nível atual de forças no Iraque.

A postura de Petraeus coincidiria com a da Casa Branca, como ficou claro no discurso feito na quinta-feira por Bush. O presidente insistiu na necessidade de perseverar nos esforços militares para acabar com a resistência sunita, eliminar a violência sectária e impor a estabilidade política no Iraque.

Mas, segundo um "alto funcionário" citado pelo "Los Angeles Times", os membros do Estado-Maior "ressaltaram nas últimas semanas seu temor de que a Guerra do Iraque deteriore a capacidade das forças armadas dos EUA de enfrentar, se for preciso, outras ameaças, como a do Irã".

A redução imediata das tropas americanas no Iraque tem o apoio de muitos democratas no Congresso e começa a conquistar republicanos. Na quinta-feira, o influente senador republicano John Warner, membro da Comissão das Forças Armadas, também pediu que Bush comece a retirada em setembro.

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