A China acusou na sexta-feira os EUA de hipocrisia devido a um relatório em que Washington criticou as restrições chinesas à Internet e a perseguição a dissidentes.

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O governo chinês ainda culpou os norte-americanos pela crise financeira global e atacaram o próprio histórico norte-americano de abusos aos direitos humanos.

Em seu relatório anual sobre a situação dos direitos humanos em 194 países, divulgado na quinta-feira, o Departamento de Estado dos EUA fez críticas à China e também a Cuba, Mianmar, Coreia do Norte e Rússia.

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Em resposta, o Escritório de Informação do Conselho de Estado chinês emitiu a sua própria avaliação anual sobre a situação dos direitos humanos nos EUA, abrangendo desta vez também questões econômicas.

"Os Estados Unidos não só têm um terrível histórico doméstico de direitos humanos como também são a principal fonte de muitos desastres dos direitos humanos em todo o mundo", disse o relatório chinês, segundo despacho da agência estatal de notícias Xinhua.

"Especialmente num momento em que o mundo está sofrendo sérios desastres dos direitos humanos causados pela crise financeira global, desencadeada pela crise do 'sub-prime' nos EUA, o governo dos EUA ignora os seus próprios graves problemas de direitos humanos e se deleita em acusar outros países."

Washington há muito tempo critica a situação dos direitos humanos na China, assunto que se soma a uma longa lista de atritos bilaterais - que vão desde a política cambial chinesa até a relutância de Pequim em aceitar sanções ao Irã. A China por sua vez critica os EUA por venderem armas a Taiwan e por terem recebido o Dalai Lama recentemente na Casa Branca.

Em outra declaração por escrito, a chancelaria chinesa criticou a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, por ter louvado nesta semana "os muitos tibetanos bravos que têm sacrificado suas vidas lutando pela liberdade."

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"Aconselhamos à relevante parlamentar dos EUA que respeite os fatos, abandone seus preconceitos e pare de usar a questão do Tibet para interferir em assuntos internos da China", afirmou a nota do porta-voz Qin Gang, divulgada no site oficial da chancelaria.

Um dos temas citados no relatório norte-americano contra a China foi o controle sobre a Internet no país, o que nos últimos meses gerou atritos entre o governo local e o Google, que ameaçou abandonar suas atividades na China depois de sofrer restrições e ataques de hackers.

De acordo com o Departamento de Estado norte-americano, a China tem intensificado as restrições na rede digital, especialmente contra pessoas consideradas uma ameaça ao regime comunista. O texto diz também que aumentou a repressão contra a etnia islâmica uigur depois de uma onda de distúrbios étnicos na província de Xinjiang (oeste).