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O Ministério da Defesa da China advertiu os Estados Unidos nesta segunda-feira (9) a serem "mais cuidadosos em suas palavras e ações", depois de anunciarem um novo plano da defesa que enfatiza responder à ascensão da China com o apoio de alianças e bases norte-americanas em toda a Ásia. A declaração do porta-voz do ministério, Geng Yansheng, foi a reação mais completa de Pequim até agora à nova estratégia norte-americana, revelada na semana passada. Ela traz a mistura de cautela e contenção que marcou a resposta chinesa aos esforços do governo de Barack Obama na Ásia desde o ano passado. "Percebemos que os Estados Unidos divulgaram esse guia para sua estratégia de defesa, e vamos observar de perto o impacto que o ajuste da estratégia militar norte-americana tem na região Ásia-Pacífico e nos desenvolvimentos da segurança mundial", disse Geng em um comunicado divulgado no site do ministério (www.mod.gov.cn). "As acusações feitas contra a China pelos EUA neste documento são totalmente infundadas", disse Geng. "Esperamos que os Estados Unidos fluam com a maré da época, e lidem com a China e os militares chineses de uma maneira racional e objetiva, que sejam cuidadosos em suas palavras e ações e façam o que for benéfico para o desenvolvimento das relações entre os dois países e suas forças armadas". A nova estratégia norte-americana promete aumentar a força na Ásia em uma tentativa de conter a capacidade crescente da China de se contrapor ao poderio dos EUA na região, ao mesmo tempo em que as forças norte-americanas recuam em outros cantos do mundo. Sob esta nova estratégia, os EUA manterão grandes bases no Japão e na Coreia do Sul e enviarão marines, navios da Marinha e porta-aviões ao Território Norte da Austrália. A estratégia visa conter tentativas eventuais da China e do Irã de bloquear as capacidades norte-americanas em áreas como o Mar do Sul da China e o Estreito de Ormuz.

A China vem buscando o equilíbrio, expressando sua preocupação com as medidas norte-americanas ao mesmo tempo em que mostra seu desejo de relações estáveis com Washington, principalmente quando os dois lados lidam com políticas internas este ano, quando o presidente Barack Obama enfrenta uma batalha pela reeleição e o Partido Comunista chinês assiste a uma troca de liderança. Temores crescentes A presença militar norte-americana crescente na Ásia baseia-se no erro de cálculo de que Pequim pretende modernizar suas defesas militares, disse o Ministério das Relações Exteriores da China na segunda-feira. "A acusação contra a China no documento não tem base, e é fundamentalmente irrealista", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Liu Weimin, em uma coletiva de imprensa, em resposta a uma pergunta da mídia estatal sobre se a China representa uma ameaça à segurança dos EUA. "A China adere ao caminho do desenvolvimento pacífico, uma política exterior pacífica e independente e uma política de defesa nacional defensiva", acrescentou Liu. Mesmo assim, ainda há um temor crescente nos EUA e na Ásia sobre os desenvolvimentos militares da China nos últimos anos. A China vem expandindo seu poderio naval, com submarinos e porta-aviões, e também aumentou suas capacidades de vigilância e de mísseis, ampliando seu alcance ofensivo na região e enervando os vizinhos. A disputada propriedade de recifes e ilhas ricas em petróleo no Mar do Sul da China, pelos quais navegam anualmente 5 trilhões de dólares em comércio, é uma das maiores ameaças à segurança na Ásia.

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