• Carregando...
Celebração dos 60 anos da Revolução Comunista teve direção do cineasta Zhang Yimou, que organizou o espetáculo das Olimpíadas de Pequim, em 2008 | Frederic J. Brown/AFP
Celebração dos 60 anos da Revolução Comunista teve direção do cineasta Zhang Yimou, que organizou o espetáculo das Olimpíadas de Pequim, em 2008| Foto: Frederic J. Brown/AFP

Pequim - A festa de 60 anos da China co­­munista terminou na noite de ontem com um apoteótico show, que incluiu a surpreendente participação dos engravatados dirigentes máximos do país em um dos números de dança. As celebrações ocorreram sob céu azul e lua quase cheia, depois de dois dias encobertos e com neblina. O tempo extraordinariamente bom foi em parte resultado dos responsáveis pela meteorologia de Pequim, que determinaram o bombardeamento com produtos químicos das nuvens que estavam carregadas. Com isso, choveu na madrugada, mas quando o dia amanheceu o céu já estava limpo.

O presidente Hu Jintao, seu antecessor, Jiang Zemin, o primeiro-ministro Wen Jiabao e outros sete integrantes do comitê permanente do Politburo desceram do palanque montado no portão de entrada da Cidade Proibida e foram cercados por círculos concêntricos criados pelos participantes da performance. No centro, deram as mãos a artistas para formar uma roda, executaram passos desajeitados e cantaram.

Responsável pela abertura da Olimpíada de Pequim, o cineasta Zhang Yimou realizou um espetáculo marcado pela euforia e pelo orgulho nacional. A imensa Praça da Paz Celestial foi ocupada por 100 mil pessoas, entre dançarinos, cantores, soldados, estudantes e voluntários.

O centro da performance era o enorme mastro com a bandeira da China que fica no norte da praça. Ao redor dela foi criado um imenso quadrado luminoso, com pessoas que carregavam pequenas "árvores" com lâmpadas nas pontas dos galhos. As luzes e painéis carregados pelos artistas mudavam de cor constantemente e acompanhavam o show de gala executado pelos músicos.

O show pirotécnico utilizou o dobro da quantidade de fogos queimados durante a abertura da Olimpíada de Pequim.

Entre o quadrado luminoso e o palanque das autoridades, dançarinos realizavam coreografias embalados por alguns dos mais famosos músicos chineses. No restante da praça, estudantes, soldados e voluntários cantavam e dançavam, agitando nas mãos bandeiras coloridas ou bastões luminosos.

Só convidados podiam entrar nas imediações da praça. Os moradores de Pequim foram orientados pelo governo a ver o espetáculo "do conforto de seus lares".

Unificação

"Os últimos 60 anos da Nova China provaram que só o socialismo pode salvar o país e só a reforma e a abertura podem desenvolver a China", declarou o presidente Hu Jintao no discurso que fez depois de passar em revista as tropas que desfilaram diante de convidados reunidos na praça.

Hu exaltou a unidade nacional e reafirmou a política de reunificação pacífica do país, que na prática significa a volta de Taiwan ao território chinês. A ilha é o local para onde fugiram em 1949 os nacionalistas derrotados por Mao Tsé-tung e seus seguidores.

A parada militar e o desfile ci­­vil foram concebidos para a televisão, por onde a maioria esmagadora dos chineses assistiu ao evento.

Os gigantescos caracteres chineses construídos pelos estudantes repetiam alguns dos slogans clássicos do comunismo chinês, como "servir ao povo", "longa vida ao Partido Comunista" e "o socialismo é ótimo".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]