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O governo chinês controla o acesso à internet no país e a população é proibida de entrar em redes sociais estrangeiras | Toru Hanai/Reuters
O governo chinês controla o acesso à internet no país e a população é proibida de entrar em redes sociais estrangeiras| Foto: Toru Hanai/Reuters

Reação

Governo prende mais de mil pessoas e apaga mensagens desde fevereiro

AFP

A polícia chinesa prendeu um total de 1.065 suspeitos e apagou mais de 208 mil mensagens consideradas "prejudiciais" durante a campanha anti-internet que leva adiante desde meados de fevereiro, anunciou ontem sábado a agência de notícias oficial chinesa.

Os operadores de mais de 3 mil sites de internet receberam advertências durante esta campanha, que tem por alvo, segundo a agência Nova China, o contrabando de armas, o tráfico de drogas e de produtos químicos perigosos, assim como a venda de órgãos humanos e de informações pessoais.

Recentemente, a China acelerou sua campanha de "limpeza" da internet, considerada por muitos usuários da rede como censura política.

O governo chinês anunciou neste sábado grandes restrições de utilização dos microblogs, o fechamento de vários sites e a prisão de pessoas acusadas de ter propagado rumores de golpe de Estado na China.

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A China anunciou ontem restrições para a utilização de microblogs, o fechamento de vários sites de internet e a prisão de pessoas acusadas de espalhar rumores de golpe de Estado em Pequim. Isso ocorre 15 dias após a destituição do prefeito de Chongqing, Bo Xilai, um dos políticos mais populares da China, numa reviravolta política que rompeu a imagem de unidade que o Partido Comunista Chinês tenta transmitir.

O incidente alimentou todo tipo de especulações na rede. Ontem, os dois principais serviços de microblogs chineses, Sina Weibo e Tencent QQ, suspenderam a possibilidade para os internautas de fazer comentários on-line, oficialmente para lutar contra os "rumores perniciosos". Os dois grupos afirmaram que esta medida se manteria vigente até terça-feira, num momento em que as autoridades mostram um nervosismo crescente diante da onda de críticas que circulam pelos microblogs.

Como não têm acesso a Twitter, Facebook ou Youtube, os internautas chineses usam as mensagens de 140 caracteres dos microblogs para denunciar escândalos e fazer queixas sobre o governo. "Suspender os comentários de todos os usuá­­rios de microblogs é um atentado grave contra a liberdade de expressão e isso ficará gravado na história", escreveu o ativista Lawyer 80, no site weibo.com. Peng Xiaoyun, outro ciberativista, convocou seus leitores a se mobilizar temendo um agravamento da repressão. "Se você guardar silêncio hoje, quando os comentários são suspensos, seguirá se calando amanhã, quando os microblogs serão fechados, e todos ficarão calados quando o prenderem", advertiu ele, que aproveitou para convocar os usuários da rede a deixar os sistemas chineses e entrar em redes sociais estrangeiras, embora seja preciso burlar a censura para consultá-los na China.

As autoridades chinesas, por ua vez, impuseram o fechamento de 16 sites de internet e prenderam seis pessoas por "criar e propagar rumores", anunciou ontem a agência Nova China. Segundo a polícia, citada pela agência oficial, os sites são acusados de ter informado sobre "a entrada em Pequim de veículos militares, [mostrando que]w as coisas não andavam bem em Pequim". Um número não determinado de internautas foi "advertido" por ter difundido esses rumores, que, na semana passada, agitaram os fóruns de discussão.

A China, onde a impren­­sa é controlada pelo Estado, conta com mais de 500 milhões de internautas e mais de 300 milhões de contas registradas.

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