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China é acusada de estar por trás dos ciberataques contra a Microsoft, no começo do ano| Foto: Bigstock

O Reino Unido, os Estados Unidos e a União Europeia afirmaram nesta segunda-feira (19) que grupos apoiados pelo governo da China estiveram por trás do ciberataque cometido contra a plataforma de e-mail da Microsoft.

Em comunicado publicado no site do governo, o Reino Unido anuncia que se uniu a outros parceiros internacionais para apontar agentes vinculados à China como os autores do ataque ocorrido no início de 2021, que afetou mais de 250 mil e-mails de todo o mundo e que, segundo o governo britânico, provavelmente permitiu a espionagem em grande escala, incluindo a aquisição de informações de identificação pessoal e de propriedade intelectual.

"O ciberataque contra o servidor do Microsoft Exchange por grupos apoiados pela China foi temerário e seguiu um padrão de comportamento familiar", informou nesta segunda-feira o chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab.

Reino Unido e aliados acusaram organizações que contam com o apoio das autoridades chinesas de terem acessado redes de todo o mundo através do Microsoft Exchange. Na mesma nota, Raab disse que "o governo chinês deve dar fim a esta cibersabotagem sistemática" e que "pode esperar que terá que prestar contas se não o fizer".

O governo britânico diz que, com esta ação coordenada, a comunidade internacional voltou a exigir que o governo chinês assuma a responsabilidade pelas suas ações e a respeite as instituições democráticas, as informações pessoais e os interesses comerciais daqueles com quem busca se aliar.

O Reino Unido insiste para que a China reafirme o compromisso assumido em 2015 "e, como parte do G20, não realize ou apoie o roubo cibernético de propriedade intelectual de segredos comerciais", acrescenta o comunicado.

União Europeia

A União Europeia também emitiu um comunicado similar, dizendo que o ataque à Microsoft está vinculado a grupos de hackers conhecidos como Advanced Persistent Threat 40 e Advanced Persistent Threat 31 e que foi conduzido do território da China para fins de roubo de propriedade intelectual e espionagem.

"A UE e seus estados membros denunciam veementemente essas atividades cibernéticas maliciosas, que são realizadas em contradição com as normas de comportamento do Estado responsável, endossadas por todos os estados membros da ONU. Continuamos a instar as autoridades chinesas a aderir a essas normas e não permitir que seu território seja usado para atividades cibernéticas maliciosas, e tomar todas as medidas adequadas e razoavelmente disponíveis e as medidas viáveis para detectar, investigar e resolver a situação", diz a nota.

EUA

Na sequência, os Estados Unidos também emitiu uma declaração acusando a China de promover ciberataques "para benefício financeiro próprio". Segundo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, a China de promoveu a criação de um "ecossistema" que facilitou ciberataques de hackers a outros países.

Blinken apontou diretamente para o Ministério de Segurança Nacional do governo chinês por ter "promovido" este "ecossistema de hackers" cujas atividades são "financiadas pelo Estado em benefício próprio".

O secretário lembrou que o governo americano, juntamente com aliados, confirmou que os atores cibernéticos "relacionados" com o ministério citado "exploraram vulnerabilidades" na Microsoft nesse ataque, que afetou milhares de redes e computadores em todo o mundo, a maioria no setor privado.

Além disso, Blinken confirmou que o Departamento de Justiça dos EUA acusou três funcionários do ministério e um dos seus contratantes. De acordo com o secretário, os Estados Unidos irão pressionar para que haja "consequências" para estas ações e para o comportamento "irresponsável" da China.

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