
Oslo - A China e outros 18 países recusaram oficialmente o convite para participar da entrega do Prêmio Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo, informou a comissão norueguesa responsável pela premiação. A cerimônia será em Oslo, na Noruega.
Esses países são Rússia, Casaquistão, Colômbia, Tunísia, Arábia Saudita, Paquistão, Sérvia, Iraque, Irã, Vietnã, Afeganistão, Venezuela, Filipinas, Egito, Sudão, Ucrânia, Cuba e Marrocos. Os representantes desses países estarão ausentes no evento "por diversos motivos", disse um comunicado.
Segundo a comissão do Nobel, a China realizou uma campanha sem precedentes para afastar os embaixadores da cerimônia de gala para Liu, que está cumprindo uma pena de 11 anos na prisão por seu ativismo em defesa dos direitos humanos e da democracia na China.
A China enviou cartas para ministérios de Relações Exteriores e embaixadas pedindo que os diplomatas fiquem longe da cerimônia e alertou sobre "consequências" para aqueles que apoiarem o ativista pró-democracia. O governo chinês também suspendeu negociações comerciais com a Noruega.
Membros do comitê do Nobel disseram que o prêmio pode não ser entregue nesta sexta-feira porque é improvável que familiares de Liu possam participar da solenidade.
Em carta, Liu Xia, esposa do dissidente, pede a cem dissidentes chineses, advogados e professores, que recebam o prêmio em nome de Xiaobo.
Libertação
Na semana de entrega do Nobel, os EUA instaram Pequim, ontem, a libertar Xiaobo, antes da cerimônia. Referindo-se ao tema dos direitos humanos, o vice-secretário de Estado, James Steinberg, disse que "este é um assunto importante entre nossos dois países". "Os EUA continuam preocupados com o rigoroso controle que o governo chinês exerce sobre as atividades e as pessoas que as autoridades consideram ameaçadoras para o Partido Comunista", acrescentou. "Esperamos que a China dê passos positivos com relação aos direitos humanos, inclusive a libertação do prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo", disse Steinberg. Liu foi sentenciado em dezembro passado a 11 anos de prisão por acusações de subversão contra o governo chinês.



