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A China vai realizar uma revisão urgente da dívida pública geral do governo, destacando as preocupações com o aumento dos empréstimos que reforça o estresse no sistema financeiro do país e limita a capacidade de Pequim de sustentar o crescimento econômico. Não ficou claro ainda se os resultados da análise serão divulgados. Em comunicado de uma linha emitido neste domingo (28), o Escritório de Auditoria Nacional da China informou que realizará um exame da dívida total do governo, sob comando do Conselho Estatal, que é o gabinete chinês.

Um artigo publicado pelo jornal People's Daily, que tem ligação como Partido Comunista, disse que a ordem para o exame foi dada na sexta-feira e os trabalhos começarão na segunda-feira. Sem identificar suas fontes, o artigo informou que o Escritório de Auditoria vai suspender temporariamente outros projetos para começar a trabalhar na revisão da dívida pública.

O governo central chinês tem acumulado um ônus cada vez maior de dívida à medida que os investimentos públicos substituíram as exportações como o principal motor do crescimento da economia local. Economistas dizem que a alta dívida limita os esforços do governo para fornecer mais estímulos econômicos.

O Produto Interno Bruto (PIB) da China teve expansão anual de 7 5% no segundo trimestre deste ano, menos do que o avanço de 7,7% registrado nos três primeiros meses do ano, e muitos economistas esperam uma desaceleração maior no segundo semestre. Uma opção para o governo evitar um enfraquecimento mais profundo seria ampliar os gastos públicos, mas a alta dívida significa que existe um limite para a ação.

A dívida do governo central chinês é baixa - de 14,4% do PIB em 2012, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). As preocupações se concentram no rápido crescimento dos empréstimos tomados pelos governos locais, que, desde a crise financeira global de 2008, burlaram as regras que os impedem de acumular dívidas criando veículos de investimento.

Como muitos projetos de infraestrutura têm baixo retorno, existe um risco de alguns governos locais serem incapazes de pagar os empréstimos tomados, o que levanta receios de inadimplência no sistema bancário.

A auditoria que será feita também destaca a opacidade do problema, já que mesmo o governo central de Pequim não sabe ao certo qual é o volume de empréstimos tomados pelas prefeituras do país. No início deste mês, o vice-ministro de Finanças, Zhu Guangyao, disse que contabilizar corretamente as dívidas locais é crucial para a nova liderança chinesa, que assumiu o governo em março.

A mais recente auditoria de dívida de governos locais da China foi publicada em 2011 e descobriu que havia um total de 10,7 trilhões de yuans (US$ 1,75 trilhão) em dívida no fim de 2010. Dados do FMI indicam que a dívida do governo da China soma 46% do PIB. Embora seja menor do que os níveis vistos nos EUA, no Japão e em outros países desenvolvidos, o número é consideravelmente maior do que o sugerido por dados oficiais, que não incluem as dívidas dos governos locais.

Fonte: Dow Jones Newswires.

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