As autoridades chinesas afirmaram nesta segunda-feira estar muito preocupadas com o rumo que o Japão pode tomar após a incontestável vitória do conservador Partido Liberal-Democrata (PLD), liderado por Shinzo Abe, nas eleições legislativas do último domingo.
"Estamos muito preocupados com a direção que o Japão pode tomar", afirmou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, que ressaltou que Pequim "dá muita importância" à política japonesa e às relações bilaterais entre ambos os países.
Segundo Hua, o Japão "deve seguir seu caminho de desenvolvimento pacífico e estável", enquanto o novo Executivo "deve entender profundamente e resolver adequadamente" as atuais dificuldades entre as duas nações.
"A China e o Japão são dois vizinhos grandes. O desenvolvimento pacífico das relações bilaterais não somente corresponde aos interesses de ambos os países, mas também é essencial para o desenvolvimento pacífico da região", insistiu a porta-voz.
Após a confirmação da vitória do PLD no Japão, Abe expressou sua intenção de emendar a Constituição japonesa para potenciar o papel do Exército e garantir a integridade do território japonês, uma declaração que não soou tão bem em um momento de alta tensão entre Pequim e Tóquio devido à disputa pela soberania das ilhas Senkaku/Diaoyu.
Em relação a essa afirmação, Hua assinalou que não deseja comentar os assuntos internos japoneses, mas precisou que as "ilhas Diaoyu são parte inerente do território chinês".
As relações bilaterais entre ambos os países atravessam uma das piores momentos das últimas décadas, já que, no último mês de setembro, o governo japonês anunciou sua intenção de nacionalizar três das ilhas do arquipélago em disputa.
Desde então, embarcações chinesas e japonesas patrulham as águas do acirrado arquipélago. Na última semana, inclusive, a tensão também se estendeu ao espaço aéreo. Após uma aeronave chinesa sobrevoar a região, as autoridades japonesas enviaram vários caças-bombardeiros à zona.
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